Larissa Amaral, ex-funcionária da Quadri Contabilidade, afirma que teve um Jeep Compass retomado pela empresa após ser demitida por WhatsApp, mesmo depois de investir cerca de R$ 10 mil em consertos do veículo que recebeu como prêmio em um sorteio interno.  

O caso aconteceu em Santos, no litoral de São Paulo, e ganhou novos desdobramentos nessa quarta-feira (30) após a prisão do proprietário da empresa, Rodrigo Morgado, detido pela Polícia Federal na terça-feira (29) por posse ilegal de arma.

O advogado de Larissa, que preferiu não ter o nome divulgado por motivos de segurança, informou que o automóvel, modelo 2017, apresentava diversos problemas mecânicos quando foi entregue à ex-funcionária.

A Quadri Contabilidade justificou a retomada do veículo alegando que Larissa teria descumprido regras do sorteio ao alugar o carro. A defesa da ex-funcionária contesta essa versão.

"Não tem nenhuma cláusula para falar que não pode locar. E ainda era pra bancar os defeitos do carro", declarou o advogado ao portal Terra.

Segundo a defesa, o contrato do sorteio só foi assinado no momento da entrega do veículo e não possuía registro oficial. "O sorteio não era registrado na Caixa, por mais que ele seja interno e o carro estava em nome de terceiro, com um sinistro registrado", afirmou.

A demissão de Larissa ocorreu após ela relatar os problemas com o veículo à empresa. Conforme documentos apresentados pela defesa, a dispensa foi comunicada por mensagem de WhatsApp.

Uma tentativa de acordo entre as partes não se concretizou. A empresa exigiu que Larissa emitisse uma nota assumindo suposta culpa, proposta que ela recusou. 

O caso foi registrado no 7º Distrito Policial de Santos, onde já existe um inquérito por apropriação indevida do veículo. Após a recusa do acordo, o advogado de Larissa, uma testemunha e até um ex-empregador teriam sofrido intimidações.

Rodrigo Morgado, proprietário da Quadri Contabilidade, foi detido pela Polícia Federal por posse ilegal de arma. Ele já estava sendo investigado em um processo relacionado a tráfico internacional de drogas.

Com a prisão de Morgado, a defesa de Larissa afirma sentir-se mais segura para apresentar provas e dar continuidade ao caso na Justiça. 

A empresa chegou a publicar manifestações sobre o sorteio do veículo em suas redes sociais, mas posteriormente removeu esse conteúdo. Rodrigo Morgado também apagou publicações em suas redes sociais relacionadas ao caso.