A Polícia Federal prendeu na manhã desta terça-feira (22) um homem apontado como líder da organização criminosa que atuava no aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos, para o envio de drogas ao exterior.
Segundo a investigação, a quadrilha trocava etiquetas de bagagens, removendo as identificações das malas de passageiros e colocando em malas com cocaína.
Em uma dessas ações, em março de 2023, Kátyna Baía e Jeanne Paolini, duas passageiras de Goiânia, foram presas por engano pelas autoridades alemãs, passando 38 dias na prisão.
"À época, a Polícia Federal desarticulou toda a organização, desde os seus membros de menor hierarquia e quase a totalidade dos líderes do grupo, com exceção de um, até então não identificado. Os últimos seis meses foram dedicados a localizar o paradeiro deste último integrante, alvo do mandado de prisão na manhã de hoje [terça]", afirmou a PF.
A PF não informou onde o homem foi preso. A ação desta terça, batizada de Last Call, foi a quarta fase da Operação Colateral.
Os suspeitos podem responder pelos crimes de tráfico transnacional de drogas, associação para fins de tráfico e organização criminosa.
A troca de etiquetas de bagagens causou a prisão injusta de Kátyna e Jeanne na Alemanha, em 5 de março de 2023. As duas, que são casadas, permaneceram 38 dias presas em Frankfurt sob a acusação de levarem 40 kg de cocaína na bagagem segundo a PF, que investigou o esquema no aeroporto, as malas não eram delas.
As imagens anexadas ao processo apontaram que a mala despachada por Kátyna era preta, decorada com alto-relevo geométrico, enquanto a de Jeanne era rosa claro, com zíper da mesma cor. Já uma das bagagens atribuídas a elas em Frankfurt era cinza e não tinha relevo decorativo, enquanto a outra era de um tom rosa metálico, com zíper preto.
Também foram incluídas no processo imagens de um funcionário do aeroporto de Guarulhos mexendo nas etiquetas das duas malas. Ele, que era contratado de uma empresa terceirizada, foi preso.
O caso virou alvo da Operação Iraúna, da Polícia Federal em Goiás, que prendeu seis suspeitos de participarem do esquema.
A operação já era conhecida pela PF, que investigava a quadrilha desde 2019, e há suspeita de ligação com a facção PCC (Primeiro Comando da Capital).