A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) emitiu uma nota pública na qual repudia a imposição de tarifas de 50% pelos Estados Unidos contra o Brasil, classificando as medidas como parte de uma tradição de agressões imperialistas centradas na hegemonia estadunidense. “O novo e retornante presidente‑genocida dos EUA, Donald Trump, acaba de confirmar as sanções, descritas como tarifas, de 50% contra o Brasil” 

A entidade associa as tarifas à história de interferências dos EUA na América Latina, incluindo golpes, cerco econômico e invasões em países como Chile, Argentina, Panamá, Haiti e Nicarágua. O documento também relaciona essa postura às guerras no Oriente Médio, mencionando invasões ao Iraque e Afeganistão, além da utilização de sanções como arma estratégica contra nações independentes. 

Impacto econômico e histórico

Segundo a Fepal, apesar do "tarifaço", os EUA apresentam superávit na relação comercial com o Brasil. Nos primeiros seis meses de 2025, esse superávit atingiu US$ 1,7 bilhão, um aumento de 500% em relação ao mesmo período de 2024, motivado pelo incremento de 11% nas importações brasileiras de produtos americanos. A federação destaca ainda que, ao longo de 20 anos, o Brasil acumulou um déficit comercial de cerca de US$ 50 bilhões com os EUA 

A nota também sugere que a retaliação tarifária dos EUA tem motivações políticas: “o Brasil tem se posicionado de forma cada vez mais independente na política externa e liderado iniciativas como a proposta de moeda alternativa ao dólar no âmbito do BRICS”. A Fepal afirma que essa postura desafia o “hegemonismo imperialista” e representa uma ameaça ao domínio dos EUA sobre seus aliados regionais 

A entidade ainda vincula as tarifas aos posicionamentos brasileiros sobre o genocídio na Palestina, classificando o Holocausto Palestino como resultado de “ações promovidas pelos EUA e executadas por Israel”, e ressalta a atuação do Brasil como oposição a esse modelo. 

Por fim, a federação afirma que o Brasil está no polo oposto dos interesses estadunidenses, reafirmando sua lealdade ao povo brasileiro e sua soberania. “Nosso lado é o do Brasil e de seus legítimos interesses nacionais, jamais o dos traidores que conspiram com os EUA,” conclui.