Um terremoto de magnitude 8,8 atingiu a Península de Kamchatka, na Rússia, na madrugada desta terça-feira (29/7), provocando um tsunami que chegou à costa do Japão e dos Estados Unidos na manhã desta quarta-feira (30/7). Apesar da força do abalo e do avanço das ondas, que fizeram alguns países da América do Sul emitirem alertas preventivos, o Brasil está fora da área de risco, segundo especialista ouvido pela reportagem.
De acordo com Maykon Fredson Ferreira, analista de sismologia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), o tremor aconteceu em uma zona de convergência de placas tectônicas. “O que ocorreu foi um terremoto entre duas placas tectônicas: do Pacífico e Norte-Americana. Mas, na verdade, ali naquela região do Pacífico, próximo da Rússia e do Japão, existe uma confluência de várias placas. E por que ocorre terremoto nelas? Porque elas se chocam e há um acúmulo de tensões. E aí vai haver a quebra de rochas nas bordas das placas”, explicou.
O tsunami que se seguiu ao terremoto foi causado justamente porque o tremor ocorreu no fundo do oceano. “Esse grande terremoto foi registrado no assoalho oceânico. Esse tremor então gerou tsunamis, que acabaram atingindo a costa da Rússia e Japão”, disse o especialista.
Segundo Ferreira, países que estão localizados no entorno do Oceano Pacífico, como Japão, Rússia e Estados Unidos, são os mais vulneráveis a esse tipo de fenômeno. O Brasil, por outro lado, está fora da chamada “cintura de fogo” do Pacífico porque é banhado pelo Oceano Atlântico. “Então não temos esse risco porque a costa brasileira está voltada para o Atlântico. Esse tsunami só poderia atingir a costa Oeste da América do Sul, onde estão Chile, Colômbia e Equador, por exemplo”, concluiu.
Rebaixamento de alertas
Um terremoto de magnitude 8,8 na escala Richter atingiu a costa de Kamchatka, no extremo leste da Rússia, gerando alertas de tsunami que alcançaram regiões distantes, como a Polinésia Francesa e o Chile. Logo após o abalo, houve ainda uma erupção do vulcão mais ativo da península.
O tremor, registrado em uma profundidade rasa, causou danos a construções e deixou vários feridos na isolada região russa. Em resposta, autoridades determinaram a evacuação de áreas na costa leste do Japão — que já sofreu um devastador terremoto e tsunami em 2011 — e em partes do Havaí.
Com o passar das horas, os alertas foram gradualmente reduzidos no Japão, no Havaí e na própria Rússia. Ainda assim, as autoridades da Polinésia Francesa mantiveram o estado de atenção, instruindo moradores das Ilhas Marquesas a buscarem áreas mais elevadas, diante da previsão de ondas que poderiam chegar a 2,5 metros de altura. (Com informações da Agência Brasil)