O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Herman Benjamin, decidiu manter a prisão preventiva de um torcedor do Palmeiras, suposto integrante da torcida organizada Máfia Verde, acusado de envolvimento na emboscada que vitimou torcedores do Cruzeiro, membros da Máfia Azul, em outubro de 2024, na rodovia Fernão Dias, em Mairiporã (SP).
Segundo o Ministério Público de São Paulo, os integrantes da Máfia Verde teriam bloqueado a rodovia e atacado dois ônibus da torcida rival com pedras, bolas de bilhar, pedaços de madeira, barras de ferro e artefatos inflamáveis. Um dos veículos foi incendiado, resultando em uma morte e diversos feridos.
A defesa do acusado recorreu ao STJ em habeas corpus, alegando que a prisão foi decretada com base em fundamentos genéricos, sem individualização da conduta. O principal indício seria o sinal de uma estação rádio base (ERB), indicando que o celular do réu estava nas proximidades do local dos fatos — o que, segundo a defesa, é insuficiente para justificar a detenção.
Mesmo assim, o presidente do STJ rejeitou o pedido de liminar, destacando que não há ilegalidade flagrante ou urgência suficiente que justifique a soltura imediata durante o recesso forense. O ministro afirmou que o acórdão da instância inferior, que manteve a prisão preventiva, “não se revela teratológico”.
A análise definitiva do caso será realizada pela Sexta Turma do STJ, sob a relatoria do ministro Rogerio Schietti Cruz, quando o mérito do habeas corpus será julgado.
O episódio que motivou a prisão ocorreu na madrugada de 27 de outubro de 2024, quando torcedores cruzeirenses retornavam de São Paulo para Minas Gerais após um jogo. A emboscada provocou comoção nacional, reacendendo o debate sobre a violência organizada no futebol brasileiro.