O Ministério Público de São Paulo informou nesta segunda-feira (25/8) que um psicólogo infantil foi condenado a 55 anos e cinco meses de prisão em regime inicial fechado por estupro de vulneráveis.

Rafael Ladenthin Menezes foi acusado de abusar de três pacientes, com idades entre 11 e 13 anos, durante atendimentos em sua clínica, em Valinhos, no interior de São Paulo. A sentença foi publicada em 5 de agosto e ainda cabe recurso.

Menezes está preso preventivamente desde julho de 2024. A defesa dele, representada pelo advogado João Paulo Sangion, afirmou que recorreu da decisão.

Segundo ele, o processo contém nulidades e houve cerceamento da defesa. Também questiona a dosimetria da pena, que, em sua avaliação, desrespeitou a legislação penal.

De acordo com a Promotoria, Menezes se aproveitava dos momentos em que ficava sozinho com os meninos para praticar os abusos, ocorridos em 2023 e 2024. Os crimes foram descobertos após mudanças de comportamento das vítimas, notadas pelos pais.

Ainda segundo a investigação, além da pena de prisão, o psicólogo deverá pagar no mínimo R$ 20 mil a cada uma das vítimas como reparação por danos morais. O agravamento da condenação levou em conta a relação de autoridade entre ele e os pacientes.

Menezes foi preso em julho de 2024, quando a Justiça também determinou busca e apreensão em seu consultório e a quebra do sigilo de ligações e mensagens de seu celular e notebook.

Procurado, o Tribunal de Justiça de São Paulo afirmou que "processos envolvendo crimes contra crianças e adolescentes tramitam sob segredo de justiça, por determinação do ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente]. Portanto, as informações e documentos nos autos são de acesso restrito às partes e advogados".