O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), sancionou lei que inclui Antônio Vicente Mendes Maciel, conhecido como Antônio Conselheiro, no livro dos heróis e heroínas do Brasil. A lei foi publicada nesta quarta-feira (14) no Diário Oficial da União.
Antônio Conselheiro era líder da comunidade de Canudos, no sertão baiano, e pregava ensinamentos religiosos aos populares. No final do século 19, em 1893, diversas pessoas seguidoras de Antônio Conselheiro fundaram o Arraial de Canudos, o que incomodou o governo brasileiro – naquele momento, o Brasil se transformara recentemente em República há quatro anos, 1889.
A péssima relação com governo federal começou ainda em 1893. Isso porque populares – praticamente todos humildes – rebelaram-se contra cobranças de impostos. Documentos oficiais, inclusive, eram queimados pelos moradores.
Para o governo brasileiro, Canudos começava a representar um perigo. Curiosamente, muitos foram acusados de repudiar a República em prol da Monarquia, que acabara de cair.
O governo brasileiro, então, determinou envio de tropas militares para Canudos. A primeira investida militar ocorreu em 1886. A última, em 1887. Nas primeiras expedições, no entanto, os sertanejos de Canudos conseguiram barrar o acesso dos soldados brasileiros.
Cada vez mais violenta, na quarta investida militar, mais de 20 mil pessoas foram mortas e a Arraial de Canudos foi incendiada. Antônio Conselheiro, então líder do local, também foi morto pelas tropas do então presidente Prudente de Moraes (que governou o país entre 1894 e 1898).
Antônio Conselheiro nasceu em Nova Vila de Campo Maior, atualmente Quixeramobim, no Ceará, em 13 de março de 1830. E morreu em Canudos, no dia 22 de setembro de 1897, aos 67 anos.
Livro
Um livro conhecido sobre a Guerra de Canudos foi publicado em 1902. "Os Sertões", de Euclides da Cunha, que acompanhou parte da guerra como correspondente do jornal "O Estado de S. Paulo".