Crise de imigração

Bolsa Família beneficia 400 sírios 

Ajuda é alternativa à falta de um programa federal para refugiados

Por da redação
Publicado em 14 de outubro de 2015 | 22:20
 
 
 
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Cerca de 400 sírios refugiados no Brasil estão recebendo ajuda federal por meio do programa Bolsa Família, segundo reportagem publicada pela rede britânica BBC.

O governo não informou, no entanto, o valor recebido pelos sírios. O valor médio do auxílio é de R$ 167 mensais.

Entre os países da América Latina, o Brasil é o que mais recebeu até agora pessoas fugindo da guerra civil da Síria. De acordo com o Ministério da Justiça, 2.097 sírios vivem no país atualmente – o maior grupo entre os 8.530 refugiados do Brasil, à frente dos angolanos, que são 1.480.

Como não falam a língua portuguesa e chegaram ao país no meio de uma crise econômica, muitos desses refugiados, apesar de terem qualificação profissional,- não conseguem emprego. O governo brasileiro, diferentemente de outros países, não tem um programa específico apenas para refugiados que ofereça diretamente ajuda financeira a eles.

De acordo com a reportagem da BBC, a inclusão de sírios o Bolsa Família vem aumentando desde 2013, quando sete famílias eram beneficiadas. Atualmente são 163 famílias. No total, 15.707 famílias com estrangeiros estão no programa.

Ainda de acordo com o ministério, todo estrangeiro em situação regular no Brasil pode ter acesso ao Bolsa Família, pois a lei não os distingue dos brasileiros.

Um dos que recebem o auxílio federal é o programador Ali, 34, que era um homem rico na Síria. Ganhava US$ 4.000 (cerca de R$ 15 mil) por mês, tinha carro e foi um dos melhores alunos da sua pós-graduação.

“Aqui no Brasil, sou pobre”, contou ele à BBC. O sírio se mudou há um ano e sete meses para o país sul-americano fugindo da guerra civil.

O secretário nacional de Renda de Cidadania do Ministério, Helmut Schwarzer, diz acreditar que o número de sírios no programa irá crescer. “À medida que a documentação das famílias for ficando pronta, que o direito de residência for concedido, pode ser que mais famílias solicitem o benefício.”

Campanha federal é criticada

Brasília.
 Uma imagem publicada pelo Ministério da Justiça no Facebook provocou polêmica ao relacionar descendentes de angolanos e ganeses à imigração. Na postagem, um jovem negro diz: “Meu avô é angolano, meu bisavô é ganês. Brasil, a imigração está no nosso sangue”.

O texto do post afirma que “há cinco séculos, imigrantes de todas as partes do mundo ajudam a construir nosso país”. O ministério diz que “o objetivo da campanha é enfrentar a xenofobia e toda forma de ódio, preconceito e a intolerância, inclusive o racismo”. Um post crítico lembra que “imigrantes dessas nacionalidades vieram para o Brasil traficados, escravizados”. 

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