A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga uma jovem que comemorou o aniversário dela com um bolo que continha uma foto do ditador alemão Adolf Hitler em Pelotas, na região Sul do Estado. Ela é suspeita de apologia ao nazismo que, no Brasil, pode levar a pena de reclusão de dois a cinco anos de reclusão e, por ser um crime de racismo, é inafiançável. 

A mulher, que não foi identificada, é estudante de história na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e publicou imagens do bolo nas redes sociais. Em entrevista ao “G1”, o delegado regional Márcio Steffens confirmou que há um inquérito aberto para esclarecer o ocorrido. 

"Temos um inquérito em andamento, que vai agora procurar entender qual era exatamente a intenção da moça, primeiro ao fazer o bolo com essa imagem e depois divulgar em rede social", diz. A jovem ainda não testemunhou. "Vamos ouvir as pessoas e em 30 dias finalizar o inquérito", destaca. 

A instituição de ensino em que a estudante cursa graduação divulgou uma nota informando que acompanha “os fatos ocorridos” com “a cautela necessária” para que “não aconteçam atos injustos, devido a análises intempestivas de nossa parte". 

"Além disso, tendo em vista que o fato não ocorreu nas dependências da universidade e nem em qualquer atividade acadêmica, ao recebermos a notícia dos fatos, encaminhamos imediatamente à autoridade policial para as providências adequadas", acrescenta o texto.

Leia a nota da UFPel na íntegra: 

Uma universidade precisa ser um espaço de apoio a todas as pessoas, garantindo direitos, valorizando a vida. A UFPel é contra qualquer forma de enaltecimento ao nazismo, ao fascismo e a autores de crimes contra a Humanidade. Em dias tão tristes como os que estamos vivendo, de pandemia, de afastamento e de crise de valores, precisamos cuidar de nós, cuidar das pessoas à nossa volta, assim como daqueles e daquelas que necessitam do nosso apoio.

Nesse sentido, a UFPel está acompanhando e averiguando os fatos ocorridos recentemente com a cautela necessária, também para que não aconteçam atos injustos, devido a análises intempestivas de nossa parte.

A assessoria da reitora Isabela Andrade também reitera que, concretamente, "repudiamos qualquer apologia ao nazismo ou qualquer outra forma de discriminação. Além disso, tendo em vista que o fato não ocorreu nas dependências da universidade e nem em qualquer atividade acadêmica, ao recebermos a notícia dos fatos, encaminhamos imediatamente à autoridade policial para as providências adequadas".