Fogo

Incêndio de grandes proporções atinge Museu Nacional, no Rio de Janeiro

Especializado em história natural, é o mais antigo centro de ciência do Brasil e o maior museu desse tipo na América Latina

Por Estadão Conteúdo
Publicado em 02 de setembro de 2018 | 20:47
 
 
 
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Um incêndio de grandes proporções destrói o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista (zona norte do Rio), na noite deste domingo (2). Bombeiros de três quartéis combatem o fogo, mas aparentemente o prédio foi totalmente consumido. Às 21h, dezenas de curiosos entravam na Quinta da Boa Vista para ver o incêndio. Funcionários choravam. Não havia registro de feridos. Grandes labaredas atingiam os dois andares, e estrondos eram ouvidos de tempos em tempos. 

"Começou por volta das 19h30. Eu moro pertinho e, assim que soube, vim pra cá. É uma pena, acho que não vai sobrar nada", afirmou o advogado Marcos Antônio Pereira, de 39 anos, enquanto acompanhava o combate ao fogo.

Entre os funcionários do museu, o clima era de desespero. "Queimou tudo, perdemos tudo", repetia uma mulher, aos prantos. Ela não quis se identificar.

Inaugurado em 1818, o museu completou 200 anos em junho. Especializado em história natural, é o mais antigo centro de ciência do Brasil e o maior museu desse tipo na América Latina.

Embora possua um dos mais importantes acervos de História Natural da América Latina, o museu chegou à data simbólica abandonado, com goteiras, infiltrações, problemas na parte elétrica, na refrigeração e salas vazias. Os salões com pisos de madeira, e o acervo, entre elas a maior biblioteca da América Latina, podem ter contribuído para agravar o incêndio.

O novo diretor da instituição, Alex Kellner, que assumiu o cargo este ano, tentava negociar parcerias com a iniciativa privada para recuperar o museu.

O prédio onde hoje funciona o Museu Nacional/UFRJ foi uma doação do comerciante Elias Antônio Lopes ao príncipe regente D. João, em 1808, ano da chegada da família real ao Rio. Após a morte de dona Maria I, em 1816, D. João mudou-se definitivamente para o Paço de São Cristóvão, onde permaneceu até 1821. D. Pedro I e D. Pedro II também moraram por lá. Com o fim do Império, em 1889, toda a família se exilou na França. O palácio foi, então, palco da plenária da primeira Assembleia Constituinte da República, entre novembro de 1890 e fevereiro de 1891. O Museu Nacional se mudou para o palácio no ano seguinte, 1892. "Acho que o palácio em si é o item individual mais importante da coleção porque conta boa parte da história do nosso País", diz Alex Kellner.

 

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