BRASIL

Mulher admite morte de Priscila Belfort

Desempregada confessa ter atirado na cabeça da irmã do lutador de vale-tudo; polícia realiza buscas pelo corpo


Publicado em 09 de agosto de 2007 | 02:06
 
 
 
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RIO DE JANEIRO - Uma confissão ao Ministério Público Estadual provocou uma reviravolta no caso Priscila Belfort, desaparecida desde janeiro de 2004. A desempregada Elaine Paiva da Silva, 27, disse que seqüestrou e assassinou Priscila com uma quadrilha de pelo menos dez pessoas, em maio de 2004, por ordem do traficante Nílson da Silva, do Complexo da Maré, preso no Complexo Penitenciário de Bangu I. Além de Elaine, três pessoas estão presas.

A polícia iniciou ontem as buscas ao corpo na fazenda Nossa Senhora da Boa Esperança, na estrada do Ipiba, em São Gonçalo (Grande Rio), onde Elaine afirmou que Priscila foi enterrada. Foram encontrados e encaminhados para a perícia um osso, restos de uma camisa e uma sandália. As buscas foram suspensas no final da tarde de ontem, até que a quebra do sigilo telefônico de Elaine comprove que ela fez contatos com Priscila.

O promotor Rubens Viana encontrou Elaine na segunda- feira. A reunião foi intermediada pela equipe do programa "Linha Direta", da TV Globo, que exibiu o caso Priscila no dia 28 de junho e desde então vinha sendo procurada por Elaine, que se dizia interessada em trocar a confissão pelos benefícios da delação premiada. Elaine contou em depoimento aos promotores que recebeu um telefonema de Nílson da Silva em outubro de 2003. Ele pediu que ela fosse ao encontro de Aílton Conceição Lopes, morador do morro da Caixa D’água, no Complexo do Alemão (zona norte), e de um homem identificado como Adriano, morador da favela do Gato, em Niterói. Aílton e Adriano teriam oferecido R$ 1.500 para que Elaine participasse do seqüestro.

"Ele disse que ela (Priscila) e o namorado tinham uma dívida com um casal de R$ 9.000 em drogas. O plano era seqüestrá-la para pressionar o namorado." A desempregada contou que marcou um encontro com Priscila no centro do Rio, para discutir a dívida. A vítima aceitou e foi rendida ao entrar no carro. Priscila foi levada para uma casa no bairro de Itaipu, onde ficou por um mês e meio. Depois teria sido transferida de cativeiro.

Em maio, a quadrilha recebeu um telefonema do presidiário. Ele teria afirmado, segundo Elaine, que não conseguiu receber a dívida do namorado de Priscila e sugeriu que eles "fizessem o que quisessem" com a vítima. Priscila foi levada para a localidade Rio do Ouro, em São Gonçalo, e foi morta com um tiro na cabeça e três no peito. Elaine confessou que deu o primeiro tiro na cabeça da vítima.

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