Durante a transmissão de cargo, o novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, fez um discurso duro e direto contra a disputa interna na pasta entre grupos "olavistas" e grupos militares. O ministro disse que chega para "pacificar", mas estava decretando "um novo rumo" dentro da instituição e que, "quem não ficar satisfeito", será retirado.

"A gente vai pacificar o MEC. Como funciona a paz? A paz a gente está decretando a partir de agora, que o MEC tem um rumo e uma direção. E quem não estiver satisfeito com ela, por favor, avise que vai ser retirado", afirmou o ministro.

O discurso durou pouco mais de oito minutos e teve um tom constante de crítica às disputas internas na pasta. O 'Estado' mostrou que a disputa entre grupos olavistas e militares contribuiu para a queda do ex-ministro Ricardo Velez Rodrigues.

Em grupos privados e nas redes sociais, integrantes do grupo do filósofo e escritor Olavo de Carvalho acusaram militares de tentarem expurgá-los do Ministério da Educação para frear as investigações da "Lava Jato da Educação", um pente-fino anunciado pelo governo nos contratos firmados nas gestões passadas.

Os "olavistas" acusavam coronéis e generais da reserva com cargos na pasta de isolarem o então ministro Vélez Rodríguez e "sabotaram" ações no setor defendidas na campanha de Jair Bolsonaro. Em seu breve discurso, o novo ministro afirmou que não haverá espaço para contestar as diretrizes do governo Bolsonaro.