Complexo do Salgueiro

RJ: Operação em São Gonçalo deixa 13 mortos, entre eles líder de facção no Pará

Duas moradoras da comunidade ficaram feridas, mas estão fora de perigo, segundo a Polícia Civil


Publicado em 24 de março de 2023 | 09:10
 
 
 
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Uma operação policial deixou, nessa quinta-feira (23), 13 mortos em confrontos com supostos traficantes no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na região metropolitana de Rio de Janeiro, entre eles o líder de uma facção que atua no Pará, informaram as autoridades.

"São 13 mortos, dois indivíduos presos, farto armamento apreendido", informou Fabrício Oliveira, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil fluminense, em coletiva de imprensa.

"Foi uma operação de muita violência por parte deles", acrescentou Oliveira, em referência aos suspeitos de integrarem uma facção criminosa "que utiliza táticas militares e de guerrilha".

"Todos os nossos blindados receberam vários tiros de fuzil, nossas aeronaves também", detalhou o policial na coletiva, onde foram exibidas mais de dez armas apreendidas e drogas. Em meio ao intenso tiroteio, duas moradoras da comunidade ficaram feridas, mas estão "fora de perigo", segundo o porta-voz da Polícia Civil.

Além da participação de efetivos da Polícia Civil, a ação contou com apoio do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio e de policiais paraenses. Seu objetivo era a captura "de integrantes do Comando Vermelho do estado do Pará que se abrigavam na localidade", segundo uma nota emitida no início da tarde desta quinta pela corporação.

Imagens exibidas na televisão mostraram blindados da PM transitando nas ruas do Complexo do Salgueiro. Ao cair da tarde, as forças de segurança continuavam posicionadas no acesso à comunidade, constatou a AFP.

Entre os mortos está "a principal liderança da maior organização criminosa que atua no Pará", informou o governador deste estado, Helder Barbalho, no Twitter. "Leonardo Araújo, conhecido como 'L41', foragido da Justiça, morreu em confronto com os agentes de segurança", escreveu.

Segundo a Polícia Civil fluminense, a organização liderada por ele é a principal responsável pela morte "de mais de 40 policiais" do Pará desde 2021. A ação também visava outras lideranças "envolvidas nos ataques recentes a comunidades da Zona Oeste do Rio", onde vários veículos foram incendiados na quarta-feira.

'Desastrosamente letal'

A Anistia Internacional Brasil criticou o governo do estado do Rio por ter a "institucionalização da política de extermínio" como "marca registrada" em uma operação "desastrosamente letal" em São Gonçalo.

"Até quando a população periférica, favelada e negra do estado do Rio de Janeiro terá que suportar a política de guerra que orienta as polícias do Rio?", questionou a ONG em tuíte.

Segundo o levantamento do projeto Monitor da Violência, 1.356 pessoas morreram em 2021 no estado do Rio de Janeiro pelas mãos das forças policiais, que são as que mais matam e morrem no país.

Por sua vez, o governador fluminense, Cláudio Castro, escreveu no Twitter que "dois bandidos que chefiavam facções criminosas no Sergipe e no Pará foram capturados".

"Graças a um trabalho integrado e de inteligência das polícias Civil e Militar, os criminosos foram localizados na Maré e em São Gonçalo", acrescentou Castro, ao também se referir a outra operação realizada anteriormente no Complexo da Maré, na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. (AFP) 

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