O promotor Roberto Senise Lisboa estima em 20 mil o número de mulheres que foram vítimas do ex-médico Roger Abdelmassih, preso na semana passada no Paraguai, após três anos foragido. “Foram detectadas práticas abusivas e ilícitas como não fornecer exames às pacientes, não fornecer segunda via de contrato, mandá-las assinar autorizações enquanto estavam sedadas e não mostrar a elas o destino dos embriões não utilizados nas fertilizações”, explicou Lisboa, sem mencionar os estupros. “Se elas quiserem entrar com uma ação indenizatória, têm esse direito contra práticas abusivas que sofreram da clínica e do então dono dela”, afirmou Lisboa nesta segunda.
Investigações da Polícia Federal e do Ministério Público apontam que um dos suspeitos de enviar dinheiro ao ex-médico Roger Abdelmassih é Ruy Marco Antonio, ex-dono do Hospital São Luís, em São Paulo. Ele teria participado de um esquema de envio de recursos para o ex-médico, a mulher, Larissa Sacco, e os filhos do casal. Ele era amigo de Abdelmassih e entregava dinheiro vivo a Sérgio Molina Júnior, administrador da empresa Agropecuária Colamar, que tem como sócia a mulher do preso. Em depoimento, nesta segunda, o médico negou repasses de dinheiro ao colega, mas disse ter dado R$ 200 mil à mulher de Abdelmassih há um ano. Dimas Campelo Maria seria outro amigo da rede, responsável por sacar o dinheiro e levar até Foz do Iguaçu.
Renomado
Pena. O ex-médico era um dos principais especialistas em reprodução humana no Brasil. Ele foi condenado a 278 anos de prisão por estuprar 37 pacientes na sua clínica, nos Jardins, em SP.