O Bloco Volta Belchior tomou a avenida dos Andradas, em Belo Horizonte, na tarde deste sábado (1º), para mais um desfile repleto de emoção e homenagens ao cantor cearense Belchior. Com o tema “Viver é melhor que sonhar”, inspirado em um dos versos mais icônicos do artista, a multidão entoou sucessos do repertório do ícone da MPB enquanto seguia o trio elétrico.

Foto: Alex de Jesus/OTEMPO

Além disso, o bloco contou com uma homenagem à filha do cantor, Vannick Belchior, que recebeu o título de cidadã honorária de Belo Horizonte. “Eu amo BH. O meu pai sempre foi muito feliz nessas terras mineiras. Me emociona muito ver a celebração desse legado, das obras do meu pai”, declarou Vannick ao público, estimado em mais de 150 mil pessoas pela própria organização do cortejo.

Filha de Belchior recebeu título de cidadã honorária de BH, simbolicamente, durante cortejo. Foto: Alex de Jesus/OTEMPO

A concentração começou às 14h e contou com participações especiais. No palco, os foliões foram embalados pelas vozes de Zé Ibarra, da banda Bala Desejo, e de Vannick Belchior, que também se apresentou. Além deles, a banda Graveola também subiu ao trio.

Apaixonado pelo Carnaval, o gastrônomo Luiz Francisco da Rocha, de 59 anos, participa da bateria do Volta Belchior há dois anos. “O Belchior é muito importante para a música brasileira, principalmente a nordestina. Eu estou aqui para dar minha contribuição para esse bloco tão especial”, declarou.

Foto: Alex de Jesus/OTEMPO

Do bairro Santa Tereza para a Andradas

Morador de Santa Tereza, região Leste de Belo Horizonte, o músico Paulo Rocha, conhecido como Paulinho Maravilha, de 35 anos, acompanhou o crescimento do Volta Belchior desde o nascimento, em 2017. Se no início o desfile era abrigado pela rua Mármore, no coração de Santa Tereza, hoje ele lota a avenida do Contorno, com previsão de mais de 100 mil foliões.

Músico Paulinho Maravilha ao lado da namorada Ana Flávia no desfile do bloco Volta Belchior. Foto: Alex de Jesus/OTEMPO

“Eu vivi e vivo o bloco. O bloco passava na porta da minha casa. Então, eu tenho um orgulho enorme de ver essa cultura pulsante, construindo sua identidade. O bloco fez uma escolha corajosa [de ir para a Andradas]. Mudou um pouco, mas agora tem um charme peculiar”, afirmou, enquanto aproveitava o cortejo ao lado da namorada Ana Flávia Donna, de 30 anos.

Fundado por jornalistas, artistas e produtores culturais, o grupo surgiu quando Belchior ainda estava vivo, mas recluso. O cantor faleceu também em 2017, no ano do primeiro cortejo, e, desde então, o bloco se consolidou como um dos maiores do Carnaval de Belo Horizonte.

No primeiro desfile, em Santa Tereza, reuniu cerca de 20 mil foliões, e, desde 2020, passou a ocupar a avenida dos Andradas, atraindo mais de 150 mil pessoas nesta edição.