O Bloco Volta Belchior tomou a avenida dos Andradas, em Belo Horizonte, na tarde deste sábado (1º), para mais um desfile repleto de emoção e homenagens ao cantor cearense Belchior. Com o tema “Viver é melhor que sonhar”, inspirado em um dos versos mais icônicos do artista, a multidão entoou sucessos do repertório do ícone da MPB enquanto seguia o trio elétrico.
Além disso, o bloco contou com uma homenagem à filha do cantor, Vannick Belchior, que recebeu o título de cidadã honorária de Belo Horizonte. “Eu amo BH. O meu pai sempre foi muito feliz nessas terras mineiras. Me emociona muito ver a celebração desse legado, das obras do meu pai”, declarou Vannick ao público, estimado em mais de 150 mil pessoas pela própria organização do cortejo.
A concentração começou às 14h e contou com participações especiais. No palco, os foliões foram embalados pelas vozes de Zé Ibarra, da banda Bala Desejo, e de Vannick Belchior, que também se apresentou. Além deles, a banda Graveola também subiu ao trio.
Apaixonado pelo Carnaval, o gastrônomo Luiz Francisco da Rocha, de 59 anos, participa da bateria do Volta Belchior há dois anos. “O Belchior é muito importante para a música brasileira, principalmente a nordestina. Eu estou aqui para dar minha contribuição para esse bloco tão especial”, declarou.
Do bairro Santa Tereza para a Andradas
Morador de Santa Tereza, região Leste de Belo Horizonte, o músico Paulo Rocha, conhecido como Paulinho Maravilha, de 35 anos, acompanhou o crescimento do Volta Belchior desde o nascimento, em 2017. Se no início o desfile era abrigado pela rua Mármore, no coração de Santa Tereza, hoje ele lota a avenida do Contorno, com previsão de mais de 100 mil foliões.
“Eu vivi e vivo o bloco. O bloco passava na porta da minha casa. Então, eu tenho um orgulho enorme de ver essa cultura pulsante, construindo sua identidade. O bloco fez uma escolha corajosa [de ir para a Andradas]. Mudou um pouco, mas agora tem um charme peculiar”, afirmou, enquanto aproveitava o cortejo ao lado da namorada Ana Flávia Donna, de 30 anos.
Fundado por jornalistas, artistas e produtores culturais, o grupo surgiu quando Belchior ainda estava vivo, mas recluso. O cantor faleceu também em 2017, no ano do primeiro cortejo, e, desde então, o bloco se consolidou como um dos maiores do Carnaval de Belo Horizonte.
No primeiro desfile, em Santa Tereza, reuniu cerca de 20 mil foliões, e, desde 2020, passou a ocupar a avenida dos Andradas, atraindo mais de 150 mil pessoas nesta edição.