A mina de ouro Turmalina, onde uma pilha de rejeitos se rompeu e desalojou 255 pessoas em Conceição do Pará, na região Centro-Oeste de Minas Gerais, foi interditada pela Superintendência Regional do Trabalho de Minas Gerais (SRTE/MG) devido ao risco de novos deslizamentos no restante da estrutura. A informação foi divulgada nesta terça-feira (17 de dezembro) pelo Ministério do Trabalho.
Segundo o órgão, a mina da empresa Jaguar Mining, localizada na comunidade de Casquilho de Cima, sofreu deslizamento no último dia 7 de dezembro e a interdição da pilha de estéreis aconteceu na última sexta-feira (13). "Foi detectado um rompimento parcial da estrutura de sustentação de uma montanha de entulhos e parte dos rejeitos escorregou. Ainda existe risco de rompimento do ressaltante ou de nova movimentação da parte
rompida", detalhou o órgão federal.
Com isso, os auditores-fiscais do trabalho verificaram risco para os trabalhadores e decretaram que a pilha era um "ambiente inviável de trabalho". Na última segunda (16), a empresa teria enviado à SRTE/MG os documentos devidamente assinados, porém, segundo a superintendência, a pilha continuará interditada até que todas as medidas sejam realizadas e que não exista mais nenhum risco aos trabalhadores.
Procurada nesta terça-feira, a Jaguar Mining informou, por nota, que segue realizando obras para assegurar a estabilidade da pilha de rejeitos. "Os trabalhos buscam eliminar os riscos de novos deslizamentos. As obras estão sendo executadas com as melhores práticas para garantir a saúde e a segurança de seus trabalhadores. A estrutura é monitorada por georradares e equipamentos especializados em tempo integral", concluiu.
Na noite de segunda, a empresa divulgou nota em que informava a conclusão das obras emergenciais relacionadas ao deslizamento da pilha, incluindo um dique de contenção e estruturas para a retenção de sedimentos levados pela chuva.
"A próxima etapa das obras prevê melhorias, incluindo a estabilização da estrutura, limpeza da área e drenagem da água da chuva. A empresa reforça que, por segurança, o acesso à comunidade de Casquilho de Cima não está autorizado, por tempo indeterminado, pelo Comando Unificado de Operações", escreveu.
A Jaguar Mining também informou que permanece à disposição dos atingidos para esclarecer dúvidas através de seus canais de contato: telefone 0800 942 0312 e email casquilho@jaguarmining.com.br.
Números do acidente
Até as últimas informações divulgadas pela mineradora, ao todo foram realocadas 255 pessoas, de 97 famílias. A grande maioria deles está em hotéis da região, mas parte se encaminhou para casas de familiares. Ao todo, foram desocupadas 162 edificações, sendo sete delas atingidas pelo deslizamento.
Além disso, 889 animais foram resgatados, sendo que 587 foram devolvidos e levados para locais escolhidos por seus tutores. Outros 290 animais ficaram abrigados em uma clínica veterinária e 12 estão sob cuidados de empresas especializadas.