TRAGÉDIA

“Acabaram com a família”: parentes choram morte de crianças em chacina na Grande BH

Mensagens de luto tomaram as redes sociais em homenagem às vítimas

Por Isabela Abalen
Publicado em 24 de maio de 2024 | 10:39 - Atualizado em 24 de maio de 2024 | 13:14
 
 
 

“Acabaram com minha família. Vou amar vocês para sempre”, lamentou uma prima das duas crianças, de 9 e 11 anos, mortas na chacina que ocorreu em festa infantil em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, nessa quinta-feira (23 de maio). Mensagens de luto tomaram as redes sociais após a tragédia, em uma tentativa de manter viva a memória das vítimas. 

Os assassinatos aconteceram durante a comemoração do aniversário de Heitor Felipe, de 9 anos. O menino, o pai, Felipe Júnior Moreira Lima, de 26, e uma prima, Layza Manuelly, de 11, não sobreviveram aos disparos feitos por dois homens armados que invadiram o espaço. A madrasta de Layza também se manifestou indignada com a perda da menina: “quando me cansei com o seu pai, ganhei uma filha para amar e cuidar”, escreveu ao publicar uma foto das duas. 

Uma das imagens que mais circula entre os familiares é a que diz “quando uma mãe perde um filho, todos nós choramos um pedacinho da sua dor”. “Até quando essa covardia?”, cobrou uma amiga do menino Heitor, de 9. “Meu filho chorando, lembrando deles brincando no rio, pegando peixes. Menino com um futuro lindo pela frente. Não dá para acreditar”, publicou, usando emojis de choro e coração partido. 

Outra familiar de Heitor deixou o perfil todo em tons de preto para sinalizar o luto. Sobre uma foto da criança, lamentou: “meu amor, vou sentir muita saudade. Não vou poder mais ver o seu sorriso, não vou poder brincar contigo, não estou acreditando. Você tinha tudo pra ter um futuro brilhante, e tiraram isso de você”. Ela finaliza dizendo que “está doendo muito”. 

Quem são as vítimas?

Morreram Heitor Felipe, de 9 anos, o pai dele, Felipe Júnior Moreira Lima, de 26 anos, e uma prima, Layza Manuelly de Oliveira, de 11. A família comemorava o aniversário de Heitor no espaço de festas, quando o ataque aconteceu. O menino era atleta de uma escolinha de futebol e sonhava em se tornar um jogador profissional. 

Os disparos atingiram ainda outras três convidadas: uma adolescente de 13 anos, a mãe dela, de 41, e uma adolescente de 19. Elas foram socorridas para a UPA Justinópolis e, depois, encaminhadas para o Hospital Risoleta Neves, em BH. 

Conforme o hospital Risoleta Neves, as três vítimas deram entrada na unidade por volta de 20h de quinta-feira (24). Na manhã de sexta-feira (24), apenas a mulher, de 41, e a jovem, de 19, seguiam internadas na unidade após. O estado de saúde delas não foi informado.

O que motivou o crime? 

Segundo o capitão Arley Santos, da Polícia Militar, o crime foi motivado pela guerra do tráfico na região do Morro Alto, em Vespasiano. O alvo dos disparos seria a vítima de 26 anos, pai do aniversariante, e que estaria envolvido com essa disputa. "[As vítimas] vieram para Ribeirão das Neves comemorar o aniversário. Mas [o crime] tem a ver com uma guerra [do tráfico] de Vespasiano que já estaria acontecendo há algum tempo", afirmou. 

Ainda segundo o militar, os criminosos invadiram a festa e atiraram sem considerar o número de crianças no local. "Eles entraram atirando, sem se preocupar se era festa, se havia crianças", afirma o capitão.

Quem são os autores?

Segundo testemunhas, ao menos três pessoas chegaram em um carro branco. Dois deles invadiram a festa e atiraram. Um deles, de 23 anos, teria sido ferido ainda no tiroteio, por engano, pelo próprio comparsa. Ele deu entrada na UPA JK, em Contagem, e foi preso. Ele segue internado sob escolta policial.

As buscas seguem para localizar o outro atirador e demais envolvidos no crime. Quem tiver informações sobre os suspeitos pode fazer denúncias anônimas pelo telefone 181.

Comoção

No local do crime, a mãe do menino estava em estado de choque. Aos prantos, a mulher, que também perdeu o marido, preferiu não gravar entrevista. Testemunhas que estavam na festa falaram em “covardia”. “Chegaram atirando. Não se importaram que estava tendo uma festa”, afirmou uma mulher que terá a identidade preservada. 

Nas redes sociais parentes e amigos lamentaram o crime. "Acabaram com minha família, vou amar vocês para sempre", escreveu uma prima. "Vai em paz meu jogador, nunca será esquecido", disse uma internauta. "A quebrada está de luto por você", escreveu um amigo sobre Heitor. 

 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!