Após quatro meses em situação de emergência, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) anunciou o fim da epidemia de dengue na cidade nesta quinta-feira (13 de junho). A decisão tem em vista a queda nos atendimentos nas unidades de saúde do município.
“Estamos, hoje, com pouquíssimos casos. Podemos dizer que vencemos e superamos a dengue. No ano passado, começamos um esforço muito grande, mas fomos surpreendidos pelo tamanho epidêmico. Nunca tivemos um ano epidêmico de dengue tão violento. Mas nosso enfrentamento pelo SUS foi muito efetivo e eficiente e, proporcionalmente, tivemos um número menor de óbito por dengue”, comemorou o prefeito de BH, Fuad Noman (PSD).
Segundo a PBH, os índices registraram tendência de queda nos dez primeiros dias de junho, quando houve pouco mais de 3 mil atendimentos. Em relação à maior demanda assistencial, registrada em março, quando foram mais de 190 mil atendimentos, o número caiu para 30 mil em maio, uma redução de 84%. Com isso, a prefeitura decidiu pelo fim da vigência do decreto que permitia ações emergenciais na área da saúde.
O decreto que instituiu Emergência em Saúde Pública foi publicado pela prefeitura em fevereiro desde ano, quando o município registrava um aumento expressivo nos atendimentos relacionados às arboviroses, passando de 28.696, em janeiro, para 118.312 no mês seguinte.
As ações para ampliar o acesso da população à assistência foram iniciadas pela Secretaria Municipal de Saúde ainda em janeiro, com o anúncio do Plano de Enfrentamento às Arboviroses, a abertura de centros de saúde aos sábados e domingos e a intensificação das ações de combate e prevenção ao mosquito.
Para enfrentar a maior epidemia de dengue, a PBH investiu cerca de R$ 37,2 milhões, sendo R$ 19,79 milhões apenas em contrações emergenciais. “A ação da prefeitura foi extremamente eficiente. Temos de tirar o chapéu para os servidores da saúde que trabalharam incessantemente. Das 70 mortes, 30 foram na rede SUS. Aqui fica o nosso agradecimento a todos”, pontuou o prefeito.
Casos
Em 2024, já foram confirmados 72.624 casos de dengue em Belo Horizonte e 70 óbitos. Há 143.211 casos notificados pendentes de resultados de exames laboratoriais e avaliações epidemiológicas. Foram investigados e descartados 22.747 casos.
No que se refere à chikungunya foram confirmados 4.880 casos e cinco óbitos. Há 1.834 casos notificados pendentes de resultados. Não há registro de casos de zika na capital.
Atendimentos
Segundo a PBH, à medida que a demanda assistencial foi aumentando, a Secretaria Municipal de Saúde abriu novos serviços e reforçou a contratação de profissionais. Os Centros de Atendimento às Arboviroses (CAAs) e as Unidades de Reposição Volêmica (URVs) foram implantados nas regionais Centro-Sul, Barreiro e Noroeste. Nos CAAs, foram mais 16 mil pessoas atendidas. Já as URVs receberam cerca de 3,5 mil pacientes para internação.
Além disso, houve a abertura de três hospitais, sendo um de campanha, na regional Norte, e dois temporários, em Venda Nova e na região Oeste. Juntos, segundo a PBH, os equipamentos atenderam 27,5 mil pessoas e realizaram 3 mil internações.
Considerando todas as unidades, a prefeitura realizou cerca de 500 mil atendimentos. Nas duas últimas epidemias, em 2016 e 2019, foram, respectivamente, 189 mil e 168 mil atendimentos. A prefeitura também articulou, junto aos hospitais que atendem ao SUS, a abertura de 117 leitos de enfermaria adulto e pediátricos, além de 24 leitos de CTI.