A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) confirmou, nesta segunda-feira (6 de janeiro), que duas câmeras do Centro Integrado de Operações de Belo Horizonte (COP-BH) instaladas no ponto da avenida Raja Gabaglia onde uma mulher trans foi morta a tiros nesse domingo (5 de janeiro) não estavam funcionando. Conforme a PBH, as câmeras do COP têm como objetivo “monitorar os espaços públicos, permitindo a redução da desordem urbana, potencializando a fiscalização das posturas municipais e apontando locais que demandam ações dos órgãos públicos”.

O executivo municipal afirma que as câmeras do local foram “alvo de vandalismo” e, por isso, estão inoperantes no momento. “Os equipamentos estão em processo de manutenção pela Prodabel, com substituição das peças danificadas para o restabelecimento do sistema”, informou a PBH.

Relembre

A vítima de 32 anos era conhecida como “Jeje Sucesso” e era integrante da escola de samba Cidade Jardim, a maior campeã do grupo especial do Carnaval da capital, com 16 títulos.

Conforme informações obtidas pela Polícia Militar (PM), repassadas por testemunhas que preferiram não ser identificadas, a vítima estava em um bar localizado na rua Central, no aglomerado Morro das Pedras, onde teria se envolvido em uma discussão com uma mulher, que não foi identificada. Durante a confusão, a vítima teria atirado uma pedra contra a outra envolvida. 

Porém, durante o registro da ocorrência policial, outra testemunha teria informado aos militares que a mulher trans também era integrante da facção evangélica carioca Terceiro Comando Puro (TCP), organização criminosa aliada ao Primeiro Comando Puro (PCC) e que, atualmente, estaria controlando o tráfico de drogas na Cabana do Pai Tomás, na região Oeste de BH. 

Por outro lado, ainda conforme o registro policial, o companheiro da mulher que teria se envolvido na briga com a trans no bar, um homem de 29 anos, seria um traficante local conhecido como "Marlin", sendo que o Morro das Pedras seria domínio do Comando Vermelho (CV), facção rival do TCP.

Por isso, o suspeito, que inclusive foi arrolado na ocorrência como possível mandante da execução, poderia ter se aproveitado do descuido de Jeje para executar a integrante do grupo oponente. A mulher trans era moradora do Morro do Papagaio, na região Oeste de BH. 

Com José Vitor Camilo