A nova comandante do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, coronel Jordana Filgueiras, disse em entrevista a O TEMPO nesta quarta-feira (5 de fevereiro) que a corporação não consegue fiscalizar todos os imóveis em relação ao Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Nos últimos meses, a reportagem de O TEMPO mostrou que 85% das empresas da região metropolitana de Belo Horizonte não têm o documento, assim como 70% das sedes dos bombeiros e da polícia, além da Câmara Municipal de Belo Horizonte da própria Cidade Administrativa, local da entrevista com a coronel nesta quarta.

A comandante ressaltou a importância do documento e que conta com campanhas de conscientização da sociedade para a devida regularização. “A nossa legislação em Minas, com relação à prevenção contra incêndio e pânico, é referência nacional. Até pelo nosso histórico, do início dos anos 2000, o incêndio no Canecão, então a gente cresceu demais nessa legislação, que é constantemente aprimorada. Quando a gente pega o que é previsto, o que as edificações têm que ter, de fato faz a diferença em tragédia. Aí a disseminação da cultura de prevenção que eu falo que a gente tem que trabalhar muito na nossa sociedade. Ter todos os equipamentos previstos na edificação e saber utilizar, a gente acredita sim que faz a diferença ter AVCB, não é um simples papel, ele garante que a edificação tenha todos os equipamentos necessários para que evite tragédia”, pontuou.

Sobre fiscalização, a coronel frisou que a corporação “não vai conseguir fiscalizar” tudo, mas trabalha com denúncias, com as modificações e parcerias com prefeituras que exigem dos estabelecimentos estarem de acordo com a legislação. A comandante Jordana Filgueiras afirmou frisou que é de responsabilidade dos proprietários de imóveis regularizarem as situações e que os bombeiros trabalham com campanhas, avançando em ferramentas e tecnologia para facilitar a quitação do documento pela população. Nos prédios públicos, a responsabilidade é do poder público. “Não há diferenciação”, explicou. A nova chefe disse que a corporação já avançou na questão do AVCB nas instituições públicas e que não pode admitir o risco iminente nesses imóveis. Ela também citou a complexidade de se regularizar imóveis históricos em Minas Gerais. 

Já em relação à Cidade Administrativa, a coronel citou um cronograma estabelecido e que alguns prédios já possuem o documento. “O tamanho das edificações é extremamente complexo, mas a gente vem buscando soluções para seguir a legislação”, explicou.

 

Veja a entrevista da coronel na íntegra: