Moradores da rua Itajaí, no bairro Pindorama, na região Noroeste de Belo Horizonte, reclamam da demora no atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) a um homem de 37 anos que morreu após sofrer um surto e cair de um telhado no último sábado (22 de março).
Segundo relatos de vizinhos e familiares, a espera pela ambulância durou cerca de duas horas. A vítima sofreu uma parada cardiorrespiratória e teve o óbito confirmado no local por médicos do Samu. A prefeitura, por outro lado, diz que a gravidade da situação não foi informada (veja a nota abaixo).
Conforme o boletim de ocorrência da Polícia Militar, a equipe foi acionada por volta das 14h com a informação inicial de que havia um homem ferido por disparo de arma de fogo. No local, no entanto, populares informaram que o homem não havia sido baleado, mas sim que estava em surto, e havia caído de um telhado.
A esposa da vítima relatou aos militares que o homem era usuário de drogas e havia tido uma recaída nos últimos dias, após meses sem consumir cocaína. Segundo ela, ele saiu de casa alegando estar sendo perseguido. Conforme o relato, o homem pulou muros e caiu do telhado de um imóvel, o que provocou diversas lesões.
Testemunhas disseram que ele correu até a porta de uma igreja que frequentava, onde passou a gritar por ajuda. Moradores o convenceram a se sentar na calçada enquanto aguardavam o atendimento, acionado inicialmente por volta das 13h.
A PM informou que, ao chegar, encontrou o homem consciente, agitado, com escoriações nas pernas e um corte na coxa direita, mas sem sangramento intenso. Diante da possibilidade de trauma na coluna devido à queda, os policiais optaram por aguardar a chegada do atendimento pré-hospitalar.
Durante a espera, o homem perdeu a consciência e entrou em parada cardiorrespiratória. Os policiais iniciaram manobras de ressuscitação até a chegada da ambulância. O óbito foi confirmado após cerca de 20 minutos de atendimento pelos socorristas.
O que diz a Prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que, no momento da ligação ao Samu, “o solicitante informou apenas que o atendimento seria para uma pessoa que havia sofrido uma queda”. Ainda segundo a administração municipal, “de acordo com o relato, a vítima estava consciente e sem sinais de gravidade”.
A Prefeitura explicou que, “no momento da ligação, todas as ambulâncias do Samu estavam empenhadas em outras ocorrências, classificadas pelos médicos reguladores como mais graves”. Porém, “durante a espera pela chegada da equipe, a situação clínica da vítima se agravou”.
A nota ressalta que “como o Samu não foi contatado novamente sobre a gravidade da situação, não foi possível priorizar o atendimento do paciente”. O município reforça que “caso a situação do paciente se agrave durante a espera, a orientação é que o Samu seja acionado novamente, para que os profissionais façam uma nova avaliação para priorização da assistência”.