A SpiN-TEC, vacina contra a Covid-19 desenvolvida integralmente no Brasil, concluiu com sucesso a fase 2 dos testes clínicos e está a um passo de finalizar todo o ciclo de pesquisa necessário para aprovação definitiva.

O imunizante tem se mostrado seguro e eficaz, especialmente contra variantes do coronavírus, o que o torna uma opção promissora como dose de reforço, mais adequada às características epidemiológicas e logísticas do Brasil.

“O custo de fabricação é mais baixo justamente por se tratar de uma tecnologia com a qual já temos expertise e infraestrutura de produção em farmacêuticas brasileiras, tanto estatais quanto privadas. Além disso, os dados mostram que a vacina é estável por até dois anos em geladeira — ou seja, não precisa de freezer ou ultrafreezer”, explica Helton Santiago, diretor de ensaios clínicos do CTVacinas e coordenador dos testes clínicos da SpiN-TEC.

Atualmente, as outras vacinas contra a Covid-19 exigem conservação em temperaturas inferiores às de uma geladeira comum. Já a SpiN-TEC mantém sua estabilidade por até 10 a 15 dias em temperatura ambiente, o que facilita o transporte e armazenamento, especialmente em regiões remotas do país.

Marco inédito e resultados promissores

É a primeira vez que uma vacina 100% brasileira chega ao fim da fase 2 dos testes clínicos — e com excelentes resultados.

“Tanto na fase 1, com 36 voluntários, quanto agora, tivemos 100% de sucesso. Ou seja, sem intercorrências técnicas, científicas ou éticas. É um grande feito. Trata-se de um estudo extenso e complexo”, reforça Santiago.

Quando a vacina estará disponível para a população?

O principal objetivo da SpiN-TEC é integrar o Programa Nacional de Imunizações (PNI). Para isso, ainda falta a realização da fase 3 dos testes, que deve contar com cerca de 5,3 mil voluntários em todo o país. Devido à complexidade logística, a expectativa é que essa etapa tenha início em 2026.

Em cada fase, os voluntários são acompanhados por um período de um ano. Após essa etapa e uma nova aprovação da Anvisa, a vacina poderá ser produzida e distribuída em larga escala, restando apenas trâmites burocráticos.

Se tudo correr conforme o previsto, a população brasileira poderá receber a primeira vacina 100% nacional contra a Covid-19 a partir de 2028.