Terminou sem acordo, nesta quinta-feira (15 de maio), a audiência de conciliação que discutia o futuro do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL), em Belo Horizonte. A proposta apresentada pelo Governo de Minas previa a reabertura de apenas uma sala do bloco cirúrgico, restrita a procedimentos de Ilizarov — técnica voltada para correção óssea.
A medida, no entanto, foi recusada tanto pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) quanto pelos representantes do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde/MG).
Diante da falta de consenso, uma nova audiência foi agendada para o dia 10 de junho, às 17h, no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), onde tramita a ação civil pública movida pelo MPMG contra a decisão do governo de fechar o bloco cirúrgico da unidade.
A tentativa de conciliação ocorre em meio à disputa judicial envolvendo o fechamento do centro cirúrgico do hospital, que permanece sem funcionar desde dezembro de 2024. Desde então, servidores da unidade foram transferidos para o Hospital João XXIII.
Entenda a polêmica
O impasse gira em torno da proposta do governo de repassar parte da estrutura do HMAL à iniciativa privada, por meio do programa Opera Mais. A iniciativa tem sido criticada por entidades de saúde e pelo Ministério Público, que alertam para uma possível estratégia de esvaziamento da unidade pública.
Em entrevista a O TEMPO, o secretário estadual de Saúde, Fábio Baccheretti, negou a intenção de privatização e argumentou que as mudanças buscam aumentar a capacidade cirúrgica da rede estadual, passando de mil para 1.500 procedimentos eletivos por mês.
Segundo ele, a concentração de cirurgias no Hospital João XXIII e a readequação do Maria Amélia Lins seriam alternativas diante das limitações da Lei de Responsabilidade Fiscal, que impede a contratação de mais profissionais pela Fhemig.
A nova audiência será mais uma tentativa de solucionar o que o próprio secretário definiu como um “verdadeiro imbróglio”.