O antigo sonho de navegar pelo espelho d'água da lagoa da Pampulha poderá se tornar realidade até o final deste ano. Essa é a expectativa do prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), anunciada nesta sexta-feira (16), dia em que o complexo arquitetônico da Pampulha completa 82 anos. A ideia do prefeito surgiu durante um passeio de balsa pela lagoa, nesta manhã, na companhia de jornalistas e de pessoas ligadas à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).

"Isso foi pensado agora. Eu já conversei com os secretários, pois nós já temos capacidade de colocar esse projeto, que foi criado agora, pensando agora, em andamento ainda este ano, e o que quero pedir, é para ter agilidade nisso", afirmou. Contudo, o prefeito disse que não há nenhum projeto elaborado para que passeios sob a água se tornem rotina na capital. "O mesmo passeio que fiz, quero que o povo de Belo Horizonte faça, mas numa coisa moderna, bonita, para que o povo entenda que precisa ajudar a cuidar da lagoa", completou.

Veja o vídeo:

A proposta, porém, vem em conjunto com a despoluição da água, que, por meio do Plano de Ação da Bacia da Lagoa da Pampulha, da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), em parceria com as prefeituras de Belo Horizonte e Contagem, se arrasta desde 2021. O último contrato firmado entre a PBH e o Consórcio Pampulha Viva, mesmo sem licitação, estendeu por mais um ano o serviço, com custo anual de R$ 22,5 milhões.

“O serviço está sendo feito, não está paralisado. São R$22,5 investidos anualmente na manutenção da lagoa da Pampulha. De janeiro a abril, em apenas quatro meses, 600 toneladas de lixo flutuante foram retiradas, uma média de 125 toneladas por mês. Nossa lagoa está limpa, após 82 anos de história, criada por Negrão de Lima e repaginada por Juscelino Kubitschek. O investimento que fazemos aqui vale a pena. Toda investigação é bem-vinda”, disse Damião ao ser questionado sobre uma investigação aberta pelo Ministério Público de Contas para apurar três antigos contratos que não teriam sido cumpridos a tempo.

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O  técnico contabilista, Alex Rosa, de 58 anos, é morador de Belo Horizonte e visita a Pampulha com frequência. Ele afirma que percebe melhorias na água, mas duvida que um dia ela se torne própria o suficiente para sustentar embarcações.

“Está mais limpa, mas não dá para saber o quanto realmente foi limpo. Vontade de nadar, de navegar eu tenho, mas acreditar que um dia isso acontecerá, não acredito. Já foram várias tentativas, investimentos e não surtiu efeito”, lamenta.

O plano prevê a interligação de 9.759 imóveis à rede de esgoto, contribuindo para eliminar o despejo de esgoto na lagoa da Pampulha, que é um dos principais poluentes da lagoa. Parte desse esgoto vem de Contagem, na região Metropolitana. Por meio de nota, a Prefeitura de Contagem afirmou que a responsabilidade pela execução do plano é da Copasa e ao município cabe o acompanhamento e a fiscalização das ações previstas, além do apoio à mobilização social e à educação socioambiental da população.

Sobre o saneamento, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Diretoria de Vigilância Sanitária do município, informou que participa das ações notificando e julgando processos administrativos sanitários de residências e imóveis comerciais que não estão conectados à rede oficial da Copasa. Segundo a nota, 276 processos foram julgados em 1ª instância, sendo que 196 se referem à bacia da Pampulha. Nessa frente, já foram lavrados e julgados 276 processos em segunda instância, dos quais 196 são de imóveis ligados à Bacia da Pampulha.

A Copasa foi questionada sobre o andamento do plano. Em nota, ela informou que alcançou mais de 99% de cobertura do sistema de esgotamento sanitário na bacia da Pampulha, evitando que os efluentes gerados sejam destinados à Lagoa e possibilitando seu tratamento adequado. Veja a nota na íntegra abaixo:

"Com a execução do Plano de Ação para a Lagoa da Pampulha a Copasa reforça seu compromisso com a preservação ambiental da Lagoa. A iniciativa, entre outras ações, consiste na universalização do atendimento do Sistema de Esgotamento Sanitário na Bacia da Lagoa da Pampulha e dos 9.759 imóveis inicialmente não conectados, 4.579 já foram regularizados.

A Companhia reforça que alcançou mais de 99% de cobertura do sistema de esgotamento sanitário na bacia da Pampulha, evitando que os efluentes gerados sejam destinados à Lagoa e possibilitando seu tratamento adequado.

As ações propostas neste Plano, tem previsão de duração de 5 anos e começaram-se em março de 2023 e em parceria com as Prefeituras de Belo Horizonte e Contagem já podemos observar a melhoria da qualidade da água dos córregos da Bacia, com 90% das amostras de qualidade apresentando resultados “aceitáveis”, “bom” ou “ótimo” na última campanha.

Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, responsável pela remoção e limpeza do lixo, “o volume de lixo flutuante recolhido diariamente corresponde, em média, a 5 toneladas durante o período de estimativa e a 10 toneladas no período chuvoso.”

Quanto aos resultados das caravelas ecológicas, a empresa esclarece que não se trata de iniciativa da Copasa."