"Alegria contagiante". Essa foi a principal característica repassada por pessoas próximas de Fabiana de Souza Marques Rezende, de 35 anos, personal trainer que morreu no último sábado (21 de junho) após a moto que ela conduzia ser atingida em um cruzamento por um carro que desrespeitou a parada obrigatória. Fabi, como era mais conhecida, foi enterrada na manhã desta segunda-feira (23), no Cemitério da Paz. 

O TEMPO conversou com o pastor Rogério Moreira, da Igreja Batista no Planalto, que era frequentada pela motociclista há cerca de nove anos. O velório da vítima do grave acidente aconteceu no templo religioso. 

"Era uma pessoa extraordinária. Ela era casada com o Vitor, mas não tinham filhos. Eram totalmente dedicados a servir ao próximo, a amar o próximo. A Fabi estava na melhor fase da vida dela, tinha acabado de fazer um curso na área de educação física e estava trabalhando como personal trainer", disse o líder religioso.

Ainda segundo o amigo pessoal da vítima, o acidente - causado por um motorista sem habilitação e embriagado - interrompeu muitos sonhos da personal. "Ela tinha muitos projetos de vida, com relação a essa nova profissão dela. Infelizmente, tudo foi interrompido de uma maneira muito bruta", lembra Moreira. 

"A Fabi era uma pessoa muito amada. Passaram cerca de mil pessoas na igreja ontem (domingo) durante o velório. Tanta gente que amava, que tinha história para contar a respeito dela. Uma pessoa que, com pouco contato que a gente tinha com ela, a gente era contagiado pela alegria e pela disposição de servir as pessoas", completou o pastor. 

O acidente

A batida que tirou a vida de Fabiana aconteceu no cruzamento das ruas Gonçalves Magalhães e Visconde de Taunay, no bairro São João Batista. Uma câmera de segurança flagrou o momento que o motorista de um Fiat Tipo, de 62 anos, avança em uma parada obrigatória e surpreende a motociclista. Sem Carteira Nacional de Habilitação (CNH), ele admitiu ter ingerido cerveja antes do acidente.

Com o impacto, a motociclista foi arremessada para frente e caiu a metros de distância, na esquina seguinte. A vítima foi socorrida para o Hospital Risoleta Tolentino Neves, em Venda Nova, com traumatismo cranioencefálico. Entretanto, após ser encaminhada ao bloco cirúrgico, Fabiana não resistiu aos ferimentos e morreu.

Além de não possuir CNH — o que constitui infração gravíssima, de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) —, o motorista conduzia o Fiat Tipo com o Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV) vencido desde 2022. Por isso, o carro foi removido para um pátio credenciado.

O motorista foi liberado após assinar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), comprometendo-se a comparecer à Justiça quando intimado. O caso foi encaminhado à 1ª Delegacia de Polícia Civil de Venda Nova.