Com o objetivo de reduzir os congestionamentos que, diariamente, afetam quem passa pela avenida Babita Camargos e pela Via Expressa, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, uma nova alça viária será construída na região. A obra, que custará cerca de R$ 10 milhões, será fruto de uma parceria firmada nesta sexta-feira (27 de junho) entre as prefeituras de Contagem e BH. 

O anúncio da assinatura de um Termo de Cooperação Técnica, Operacional e Financeira entre os dois municípios foi divulgado com a promessa de "alívio" no trânsito na divisa entre os bairros Água Branca, em Contagem, e Camargos, na região Noroeste de Belo Horizonte. A previsão é que a obra se inicie em outubro deste ano e seja finalizada em junho de 2026. 

Segundo a Prefeitura de Contagem, o investimento total da obra será de R$ 10.461.562,55. Deste total, R$ 4 milhões (38,24%) serão empregados pela Prefeitura de BH e os outros R$ 6,4 milhões pela cidade da região metropolitana. 

“A cooperação entre os dois municípios reforça a importância da atuação conjunta para enfrentar os desafios comuns da mobilidade nos grandes centros urbanos, além de otimizar recursos públicos. Com essa parceria, Contagem e Belo Horizonte dão um passo importante na direção de uma mobilidade urbana mais integrada e sustentável, com ganhos significativos para a qualidade de vida da população e o crescimento da economia regional”, destacou a prefeita Marília Campos (PT), durante a assinatura do termo.

Sinal será eliminado

Ainda conforme técnicos da Prefeitura de Contagem, a nova alça permitirá a "conversão direta à direita da avenida Babita Camargos para a Via Expressa, no sentido Betim". Isso eliminará o sinal hoje existente, sendo que os motoristas precisavam virar à esquerda no semáforo. 

Com isso, a mudança promete reduzir "significativamente" os congestionamentos no local, agilizando o tráfego e, especialmente, o transporte coletivo. A alça também trará benefícios para o trânsito em dias de eventos na Arena MRV, trazendo mais fluidez no trajeto em direção à capital mineira e melhorando os acessos à estação Eldorado do metrô.

Especialista vê obra com bons olhos

Ouvido por O TEMPO após o anúncio das prefeituras, o especialista em trânsito e transporte, Silvestre Andrade, disse ver como positiva esse tipo de medida, pois, além de ser relativamente simples e não demandar um investimento muito alto, possivelmente terá um grande impacto na vida de quem passa pela região. 

"Se você está em uma região bem desenvolvida, com muito tráfego, quando você retira um semáforo isso significa fluxo livre. De repente, agora teremos 100% do tempo de 'sinal verde' naquela via, e isso traz resultados. Especialmente ali nessa região onde há muita retenção e, principalmente, por termos pólos geradores de tráfego, como a Arena MRV e a estação Eldorado", defendeu. 

Segundo o especialista, ao desfazer esses "nós", se cria melhores condições de circulação no ambiente urbano. Silvestre destacou ainda a importância de parcerias entre municípios vizinhos na solução de problemas que afetam quem transita entre eles.

"É muito legal, pois poderiam ficar em uma discussão interminável sobre quem seria o responsável pelo problema. Quando as duas cidades sentam na mesa para conversar, elas mostram que estão empenhadas em resolver os problemas que afetam a população que vive no entorno, independente de em qual município", completa. 

Período chuvoso pode ser problema

Apesar da visão positiva sobre a obra, o especialista em trânsito destaca que o período previsto para a realização dos trabalhos coincide em grande parte com a época mais chuvosa do ano. "Isso não é bom, talvez, a previsão esteja um pouco maior do que deveria ser justamente por ser dentro do período chuvoso", pontua Silvestre Andrade. 

"Outro ponto que a gente espera que esteja sendo observado é com relação aos impactos que a obra terá durante sua execução. A alça será executada fora da via, então, podemos esperar que o impacto seja menor. Mas, caso haja alguma interferência mais significativa, para movimentação de equipamentos, por exemplo, que seja informado a todos para que as pessoas possam buscar uma rota alternativa ou evitar a região na hora que isso ocorrer", completou.