O município de Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, suspendeu por tempo indeterminado o uso dos glicosímetros e das tiras reagentes da marca "OK Pro" em todas as unidades de saúde e farmácias do SUS. Os materiais, usados para medir a glicose no sangue, especialmente por pessoas com diabetes, estão sendo analisados pela Vigilância Sanitária estadual, após estudos apontarem não conformidades em testes da marca. Segundo a orientação, os pacientes que utilizam os dispositivos "OK Pro" devem interromper o uso imediatamente.

A Nota Técnica de Saúde divulgada por Lagoa Santa acompanha decisão da capital Belo Horizonte e segue a recomendação da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). A suspensão dos dispositivos ocorre de forma preventiva para "evitar a exposição e o consumo de produtos que possam ser prejudiciais à saúde", segundo o documento ao qual O TEMPO teve acesso

Um estudo do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) identificou não conformidades em testes realizados com os glicosímetros e as tiras reagentes da marca "OK Pro". De fato, médicos, em conversa com a reportagem, relataram dúvidas sobre a eficácia dos dispositivos, notando medições de glicose muito superiores à condição real dos pacientes.

A SES-MG reforçou que a suspensão dos produtos é válida "até que a Vigilância Sanitária termine a avaliação da qualidade dos mesmos, buscando evidências se os mesmos são seguros ou não para continuar sendo usados pelas pessoas".

Cuidado com os estoques dos medidores de glicose suspensos

A orientação técnica da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) indica aos municípios a necessidade de "isolar fisicamente os estoques dos insumos" com a identificação de "produto interditado" — medida que visa evitar erros de manipulação.

Além disso, a pasta recomendou o bloqueio dos itens no estoque virtual e a comunicação com pacientes usuários, via equipes de atenção primária, para que interrompam o uso imediatamente. 

"Informamos ainda que a SES-MG está empenhando esforços para mitigar os prejuízos causados à população pela interdição cautelar dos aparelhos glicosímetros e viabilizar, o mais rápido possível, o fornecimento dos insumos para controle da glicemia", afirmou.

Em nota enviada à reportagem, a SES-MG acrescentou que está em curso uma "avaliação técnica para verificar a extensão da irregularidade (do uso) e definir as providências necessárias para a substituição dos itens comprometidos".