Belo Horizonte pode deixar de ser a capital nacional do grau nas próximas semanas. Isso porque o projeto de lei apresentado por Sargento Jalyson (PL), que revoga o título, passou pelas comissões da Câmara Municipal e está pronto para ser apreciado em plenário pelos vereadores.
O último passo foi o aval da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo. Sob a relatoria de Flávia Borja (DC), o colegiado entendeu que a medida deveria ser levada ao plenário. “Como é sabido, ‘grau’ em moto, também conhecido como wheelie, trata-se de urna manobra arriscada, caracterizada pela prática de empinar a motocicleta, elevando a roda dianteira do chão enquanto, o motociclista, equilibra a motocicleta na roda traseira. Apesar da prática do ‘grau’ em si não ser considerada crime, a mesma pode se tornar uma infração de trânsito quando realizada em locais inapropriados, acarretando transtornos aos cidadãos, bem como, riscos de acidentes, vez que coloca em perigo a segurança de terceiros”, avaliou a vereadora.
Para a relatora do projeto “é incontestável, que a manutenção da Lei n° 11.393/2022 (que determinou BH como a capital do grau), acaba por incentivar a prática de ato penalizado pelo Código de Trânsito Brasileiro, apesar de, apenas, instituir o município de Belo Horizonte como capital do ‘grau’ — wheeling, visto que não se ateve às normas vigentes, bem como, não se preocupou em garantir a segurança dos cidadãos belo-horizontinos”.
A lei que transformou Belo Horizonte em capital do grau foi oriunda de um projeto do então vereador Bim da Ambulância, hoje deputado estadual. À época, ele argumentou que a modalidade esportiva vem crescendo a cada dia e merecia atenção e estímulo do poder público. “A proposta é reconhecer essa modalidade esportiva em Belo Horizonte e trazer mais uma oportunidade de esporte e lazer, negócios e turismo para a capital mineira”, propôs na ocasião.
O projeto de lei que revoga o título de capital do grau será levado a plenário após acordo na reunião do colégio de líderes do Legislativo. É nesse encontro que os vereadores definem quais as propostas serão votadas nas próximas reuniões ordinárias. Após esse acordo, o presidente Juliano Lopes (Podemos) pauta os projetos. Não há prazo legal para que isso ocorra.