Um mês e meio desde a transferência do Anel Rodoviário para a administração municipal, em 3 de junho, visualmente, pouca coisa mudou ao longo de 22,4 quilômetros da via. Contudo, com relação a administração do Anel, já é possível perceber que o período de espera para a retirada de veículos acidentados tem sido longo. Algumas ocorrências, como a desta quinta-feira (17/07), a equipe levou quase 12 horas apenas para destombar uma carreta do trecho. O trabalho ainda envolvia o transbordo da carga e remoção do veículo. Sem prazo para liberação total do trecho.
A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que o processo de liberação avalia todos os aspectos de segurança relacionados ao veículo, com o apoio do Corpo de Bombeiros, para dar início ao destombamento e à posterior remoção. Todo esse trabalho é realizado com o objetivo de impactar o mínimo possível o fluxo de veículos na região, evitando, assim, sua execução nos horários de pico. Entretanto, o acidente aconteceu às 23h40 do dia anterior, quarta-feira (16/7).
Ao longo da manhã, cerca de 10 km de congestionamento foi registrado entre a Via Expressa, na região Oeste, e o viaduto da avenida Carlos Luz, na região da Pampulha, próximo de onde o acidente ocorreu. Segundo relato do motorista à Guarda Municipal, ele havia se perdido e buscava um retorno para seguir rumo a Sete Lagoas, na Região Metropolitana, quando um problema mecânico fez com que perdesse o controle da direção. Ninguém se feriu.
O atendimento foi feito pela Guarda Civil Municipal e pela BHTrans, que ficou responsável por fechar o trânsito nos dois sentidos para destombar o veículo. O transbordo da carga, segundo a BHTrans, começou por volta das 13h15.
12 horas depois do tombamento da carreta no Anel Rodoviário, na noite dessa quarta-feira (17), o veículo foi destombado com auxílio de dois caminhões retoques, por volta de 11 horas desta manhã (18).
Para o trabalho, a BHTrans precisou fechar os dois sentidos do Anel Rodoviário,… pic.twitter.com/haUQejEL0N
Este não foi o primeiro caso. Na noite do último dia 10 de julho, um caminhão com bois tombou no Anel Rodoviário, na altura do bairro Buritis, região Oeste de Belo Horizonte, bloqueando duas faixas bloqueadas no sentido Vitória. O trecho foi liberado por volta das 8h30 do dia seguinte, segundo a BHTrans.
A Prefeitura de Belo Horizonte foi questionada sobre o processo de atendimento às demandas, bem como quais os órgãos envolvidos nessas ações, mas ainda não respondeu.
Promessas de melhorias
A municipalização do Anel Rodoviário ocorreu após uma longa negociação iniciada na gestão de Fuad Noman, há dois anos, quando ele procurou o governo federal para dar início às tratativas.
Ao final, ficou acertado que a prefeitura assumiria o Anel e, em troca, o governo federal disponibilizaria R$ 110 milhões para o recapeamento da via e a construção de dois viadutos nas interseções com a BR-040 e a Via Expressa. O acordo previa ainda obras de melhorias nos viadutos. As intervenções ainda não começaram, mas a previsão é que fiquem prontas no ano que vem.
Segundo o Executivo, a Guarda Civil Municipal realiza patrulhamento preventivo 24 horas por dia em toda a extensão sob jurisdição do município. Durante a operação, as equipes fazem patrulhamento constante no trecho entre a avenida Cristiano Machado e o bairro Olhos d’Água — com pontos base no viaduto São Francisco, na alça de acesso à Avenida Úrsula Paulino (sentido Vitória) e na região próxima ao bairro Olhos d’Água.