O Colégio Santa Marcelina, onde trabalhava a professora de história Soraya Tatiana Bonfim, de 56 anos, que estava desaparecida desde a última sexta-feira (18 de julho), divulgou uma nota de pesar após o corpo da funcionária ser encontrado com sinais de violência sob um viaduto de Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte, na manhã deste domingo (20). 

"Toda a comunidade educativa da Rede Santa Marcelina se une em oração e solidariedade à sua família, colegas e estudantes neste momento de dor. Rogamos a Deus que a acolha com amor e misericórdia, e que conforte todos os que choram sua partida. Sua memória permanecerá viva entre nós", escreveu a instituição de ensino em suas redes sociais. 

Nos comentários da publicação, centenas de pessoas lamentaram a perda. "Tati, você tornou o mundo melhor com seu cuidado, carinho e alegria. Já estamos sentindo sua falta", escreveu uma mulher. "O seu legado é eterno! Mais que uma professora, uma amiga! Que Nossa Senhora lhe receba de braços abertos", disse outra. 

Uma ex-aluna de Soraya relembrou alguns dos momentos marcantes ao lado da professora, que, segundo ela, colocava carinho em "todas as lições que passava". "Não tenho palavras pra descrever a dor que é ver uma mulher tão boa ir de uma forma tão cruel. Para sempre irei lembrar de suas aulas; do pirulito que ela entregou pra turma inteira pois estávamos nervosos com a prova; dos bilhetinhos nos incentivando; e das palavras encorajadoras que me deu quando queria seguir o rumo da história", lembrou a jovem. 

Ainda não há informações sobre horário e local da despedida da professora. 

Corpo tinha sinais de violência

O corpo de Soraya foi encontrado ainda na manhã deste domingo (20), quando a Polícia Militar (PM) foi acionada até a avenida Adelia Issa, no bairro Conjunto Caieiras, onde o corpo de uma mulher tinha sido encontrado parcialmente coberto por um lençol. Conforme o registro policial, a vítima estava somente com a parte de cima da roupa — uma blusa cinza. 

A perícia da Polícia Civil foi acionada até a cena do crime e constatou que a mulher apresentava marcas semelhantes a queimaduras nas partes internas das coxas. Ainda conforme a PM, a vítima também tinha manchas de sangues "possivelmente oriundas das partes íntimas", o que pode ser um indicativo de que ela tenha sofrido violência sexual. 

Com a vítima, os policiais identificaram apenas um óculos escuro, mas nenhum documento de identificação. Entretanto, após uma pesquisa no sistema, surgiu a suspeita de que pudesse se tratar de Soraya. Com isso, o filho da mulher, de 32 anos, foi acionado e fez o reconhecimento da mãe no Instituto Médico-Legal (IML). 

Ainda de acordo com a PM, até o momento não há informação sobre quem seria o autor ou o que pode ter motivado o assassinato da professora. 

O desaparecimento

De acordo com o boletim de ocorrência registrado pelo filho de Soraya na noite de sábado (19), ele teria saído de casa por volta das 20h de sexta-feira para uma viagem até a Serra do Cipó. A mãe estava na sala de casa, vestida com uma camisola cinza, quando ele saiu. 

Na manhã do dia seguinte, ainda conforme o relato do filho, ele enviou uma mensagem para a mãe, mas ela não teria sequer recebido a mensagem. Preocupado, ele pediu que uma tia, que mora no mesmo prédio, fosse até o apartamento, mas ela também não obteve sucesso.

O filho então solicitou que um chaveiro abrisse o imóvel para que sua tia tivesse acesso, porém, não foi achado nenhum vestígio da mulher. Diante da situação, o rapaz teria voltado para casa, onde encontrou o lugar sem sinais de alteração ou arrombamento. O carro de Soraya também estava na garagem do prédio.

O filho, junto do pai, iniciou uma série de visitas a hospitais da capital e ao Instituto Médico Legal, além de contatos com amigas para tentar descobrir o paradeiro da professora. Sem informações, ele também tentou acessar câmeras de segurança da rua onde mora com a mãe e o notebook da mulher, mas não conseguiu qualquer evidência a respeito de sua localização.