"Impossível acreditar que ele matou uma pessoa que dizia amar". A afirmação é de uma pessoa próxima ao assessor Matteos França Campos, de 32 anos, suspeito de matar a própria mãe, a professora de história Soraya Tatiana, de 56. Eles estudaram juntos na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) e também trabalharam em uma empresa da capital mineira. A pedido da pessoa entrevistada, ela não será identificada pela reportagem de O TEMPO.

Matteos e a pessoa entrevistada se conheceram em 2018. Após o período de estudos, eles também trabalharam juntos e tiveram contato próximo até 2023. "Fazia um tempo que a gente não tinha esse contato diário, mas sempre que nos encontrávamos, ele fazia questão de me cumprimentar, perguntar como eu estava. No mês passado, nos vimos em um pagode. Ele estava trabalhando com um amigo dele, mas foi até onde eu estava, me abraçou, foi muito gentil", disse.

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Ainda segundo essa mesma pessoa, Matteos sempre foi conhecido pela popularidade e pelo perfil educado. "Não é à toa que todo mundo da nossa época de faculdade conhece ele. É uma pessoa que todos lembram só por falar o nome", conta. Outra característica do filho da professora Soraya Tatiana era o carinho que demonstrava pela mãe. "Lembro que ele falava dela o tempo todo, chamava de 'baianinha'. Uma vez vi os dois caminhando pelo bairro Santa Amélia, e ele fez questão de me apresentar a ela", relata.

Para a pessoa entrevistada, a prisão de Matteos surpreendeu o grupo de pessoas próximas a ele. "Depois que o corpo da mãe dele foi encontrado, a gente viu muitos comentários nas redes sociais de pessoas dizendo que ele tinha matado ela. Ninguém acreditava que ele podia ter feito isso, até nos reunimos e enviamos uma coroa de flores no velório. Só que ficamos em choque quando soubemos da prisão", conta.

Matteos França foi preso na tarde desta sexta-feira (25/7), após confessar à Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) que matou a própria mãe. De acordo com o delegado Álvaro Homero Huertas dos Santos, no dia do crime, o filho e a mãe tiveram uma discussão acalorada por questões financeiras. O homem estaria com muitas dívidas de jogo e teria feito vários empréstimos consignados, o que o teria deixado “atordoado”. Tudo isso, conforme depoimento de Matteos, o levou a um colapso. O valor da dívida ainda não foi divulgado.

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"Algumas pessoas comentaram que ele havia pedido ajuda, um dinheiro emprestado. Disseram que ele falava que era para as contas de água e luz, que estavam atrasadas. Mas elas não chegaram a falar valores ou quando isso ocorreu também", disse a pessoa entrevistada pela reportagem de O TEMPO. Neste sábado (26/7), Matteos foi exonerado pelo Governo de Minas, onde atuava na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social desde 2021, conforme consta em seu perfil no LinkedIn.