O encerramento da greve dos professores da rede municipal de Belo Horizonte, nesta sexta-feira (4/7), após 29 dias, impede que a categoria tenha os salários descontados pelos dias parados. A medida chegou a ser anunciada pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), mas não será aplicada para as paralisações no período de greve, mediante reposição das aulas.

A Procuradoria-Geral do Município chegou a anunciar cortes em alguns casos, referentes a paralisações anteriores ao início oficial da greve, em 6 de junho. Isso por causa do prazo de apuração da folha, que é de dois meses. Alguns professores relataram que tiveram descontados cinco dias.  

Caso a greve tivesse sido mantida, os docentes poderiam sofrer cortes quase totais nos vencimentos deste mês. Para o não corte dos dias de greve, será feita uma folha suplementar, condicionada à assinatura de um termo de compromisso dos professores para a reposição das aulas, conforme o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de BH (Sind-Rede BH).

Recuo sem reajuste, mas com avanços

A decisão de encerrar a greve foi tomada em assembleia da categoria nesta sexta-feira (4/7). Apesar de não obterem os 6,27% de reajuste reivindicados, os professores avaliaram que houve avanços em outras áreas.

A PBH manteve o índice de 2,49%, rejeitando também a proposta do sindicato de antecipar, para 2025, a recomposição de 2,4% das perdas inflacionárias do período entre 2017 e 2022. Esse pagamento terá início na folha de pagamento de fevereiro de 2026, a ser creditada em março. 

Entre os pontos considerados positivos pelos docentes estão o aumento do vale-alimentação, que passará a ser de R$ 60 por dia, e melhorias no sétimo nível da carreira da educação, que devem beneficiar servidores em atividade. O sindicato também destacou outras conquistas que envolvem condições de trabalho e remuneração.