O governador Romeu Zema (Novo) publicou neste sábado (5/7) decisão sobre o sargento do Corpo de Bombeiros condenado por matar um tenente da corporação. O militar foi demitido, mas apresentou recurso contra a decisão administrativa.
Zema negou provimento ao recurso apresentado pelo 2º Sgt BM Anderson Pinheiro Neves, lotado no 7º Batalhão de Bombeiros Militar (7º BBM), mantendo a sanção de demissão. O desligamento do militar foi decidido, inicialmente, pela Comandante-Geral do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, Jordana Filgueiras, no Processo Administrativo Disciplinar (PAD) instaurado em 2023.
A decisão administrativa indicou que o sargento transgrediu dois termos graves do Código de Ética e Disciplina dos Militares de Minas Gerais. Um deles é o de praticar ato atentatório à dignidade da pessoa ou que ofenda os princípios da cidadania e dos direitos humanos, devidamente comprovado em procedimento apuratório, além de praticar ato que afete a honra pessoal ou o decoro da classe, independentemente do conceito em que estiver classificado.
Condenação
O sargento Anderson Pinheiro Neves, do Corpo de Bombeiros, foi condenado a 26 anos e 8 meses de prisão pelo assassinato do tenente Rafael Alves Veloso, de 42 anos, em maio de 2023, na cidade de Montes Claros, no Norte de Minas. A sentença foi proferida pela Justiça Militar em 13 de setembro do ano passado e determinou o cumprimento da pena em regime fechado.
Conforme as investigações, o crime foi motivado por desavenças entre o sargento e o tenente, relacionadas a críticas sobre o desempenho operacional do réu. Na manhã do crime, o tenente Rafael Veloso saía de casa, fardado e a caminho do trabalho, quando foi surpreendido pelo sargento.
Segundo a perícia, o sargento disparou quatro vezes contra a vítima, que morreu no local. Após o crime, o sargento fugiu para Salvador, na Bahia, mas foi preso dias depois em uma residência após retornar para Montes Claros.
A arma utilizada no homicídio, uma pistola calibre 380 de propriedade particular, foi entregue à polícia pela esposa do sargento. Ela também entregou uma mochila com R$ 16 mil, além de medicamentos, um aparelho celular e documentos pessoais do acusado.