Seis anos após entrar em nível máximo de emergência, a Barragem Forquilha III, da mineradora Vale, em Ouro Preto, região Central de Minas, teve a classificação de risco de rompimento reduzida. Nesta segunda-feira (18/8), a Agência Nacional de Mineração (ANM) informou que o nível de emergência da estrutura foi reclassificado de 3 para 2. A classificação, no entanto, ainda exige a evacuação da Zona de Autossalvamento, área que seria atingida imediatamente em caso de colapso.

Responsável pela fiscalização do processo de descaracterização, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) reforçou que continuará acompanhando as obras e cobrando o cumprimento das normas técnicas e ambientais. Segundo o órgão, o objetivo é garantir que a estrutura seja eliminada no menor prazo possível, com segurança e transparência, e que os riscos à vida e ao meio ambiente sejam efetivamente eliminados.

Com a reclassificação, será possível aprofundar os estudos sobre a estabilidade da barragem. Mesmo assim, as obras de descaracterização só poderão ser realizadas com o uso de equipamentos operados remotamente, e o acesso à estrutura seguirá restrito, condicionado ao cumprimento de protocolos rigorosos de segurança.

Barragem Forquilha III

A barragem acumula cerca de 19 milhões de metros cúbicos de rejeitos, segundo dados da ANM — um volume maior do que o da estrutura da Vale que se rompeu em Brumadinho, que armazenava aproximadamente 12 milhões de metros cúbicos. A tragédia, ocorrida em 25 de janeiro de 2019, deixou 270 mortos, entre eles duas mulheres grávidas.

A barragem integra o complexo Mina de Fábrica e está submetida a auditoria técnica independente, que emite relatórios periódicos para avaliar a evolução das obras. O cronograma atual prevê que os trabalhos sejam finalizados apenas em 2035. Até lá, a área da ZAS segue desocupada, e o procedimento de remoção dos rejeitos e revegetação continuará sendo monitorado pelas autoridades.