Um homem acusado de atirar e matar o jovem Lucas de Souza Andrade na porta da Igreja Batista da Pampulha, no Bairro Céu Azul, em novembro de 2019, será julgado por júri popular no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. O suspeito chegou a confessar o crime, afirmando que matou “porque quis”. O homem ainda disse ao policial militar que o prendeu que o motivo do assassinato era porque a vítima tinha um relacionamento amoroso com sua filha, o que não ficou comprovado no processo criminal.
Já na justiça, o homem informou que conhecia a vítima “um pouco”, mas logo depois negou conhecê-lo. Sobre seu depoimento na delegacia de polícia, disse não se recordar das declarações.
Segundo denúncia do Ministério Público, o acusado ficou esperando a vítima sair da igreja. Quando o viu, foi em sua direção e atirou contra a cabeça dele. Detido por populares, o homem ainda disparou em direção a um aglomerado de pessoas que saía do culto. O tiro atingiu uma jovem, que foi socorrida e sobreviveu aos ferimentos.
Agredido por populares
A defesa do suspeito argumentou que ele foi agredido por populares, na porta da igreja, quase ao mesmo tempo em que fez os disparos. Segundo os advogados, devido ao "golpe de luta" que recebeu, ficou inconsciente. Tal fato demonstraria que ele não foi autor do segundo disparo que atingiu a jovem.
O juiz Marcelo Fioravante entendeu, no entanto, que há indícios de autoria do crime e ressaltou que cabe agora ao Conselho de Sentença apreciar de forma mais aprofundada o conjunto de provas.
O homem será julgado por homicídio e tentativa de homicídio para garantir a impunidade de outro crime, qualificados por perigo comum e recurso que dificultou as defesas das vítimas. O suposto comparsa também será julgado pela participação no crime.