JUSTIÇA

Acusado de ser mandante da 'chacina de Unaí' volta a ser julgado

Antério Mânica, ex-prefeito de Unaí, teve a condenação anterior anulada pelo Tribunal Regional Federal. Ele é acusado de ter mandado matar 4 integrantes do Ministério do Trabalho em 2004.

Por Ana Luiza Bongiovani
Publicado em 22 de maio de 2022 | 18:32
 
 
 
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O fazendeiro e ex-prefeito de Unaí, acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ser o mandante da "Chacina de Unaí", Antério Mânica, volta a ser julgado nesta terça-feira, dia 24, pelo Tribunal do Júri da Justiça Federal. 

Ele havia sido condenado a 100 anos de prisão em 2015, por ter mandado matar três ficais do Ministério do Trabalho e o motorista, que trabalhavam em Unaí em 2004. Em 2018, porém, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região acatou o recurso da defesa, que alegava falta de provas por parte do MPF. O julgamento de primeira instância, então, foi anulado. 

Nesta terça-feira, Mânica será novamente julgado pelo Tribunal do Júri da Justiça Federal. 

Alegações do MPF

De acordo com a acusação, um veículo igual ao da esposa de Mânica teria sido visto durante um encontro entre os executores dos assassinatos e os intermediários da chacina. O motorista do grupo, William Gomes, que foi condenado pela participação nos assassinatos, confirmou a informação em depoimento à Polícia Federal. 

O MPF também alegou que Antério Mânica - que é irmão do também fazendeiro Norberto Mânica, que foi condenado pelos assassinatos - tinha uma posição de liderança sobre os irmãos e já havia reclamado da atuação dos auditores do trabalho na própria fazenda. 

A defesa de Antério Mânica alegou, na época, que várias pessoas da cidade tinham carros iguais ao da esposa. Além disso, Norberto Mânica confessou a participação nos crimes no julgamento no TRF1 e disse que o irmão é inocente. 

Relembre o caso

Os auditores do Ministério do Trabalho João Batista Soares Lage, Nelson José da Silva e Erastótenes de Almeida Gonçalves, além do motorista Ailton Pereira de Oliveira, foram mortos no dia 28 de janeiro de 2004, com tiros à queima roupa.

Eles fiscalizavam denúncias de trabalho análogo à escravidão na região de Unaí. 

Ao todo, 3 pessoas foram condenadas por executar os crimes, 2 foram acusadas de contratar os matadores, mas não chegaram a ser julgadas, e 4 foram apontadas como mandantes dos assassinatos. 

Em homenagem às vítimas, a data foi transformada no "Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo" 

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