Cinco testemunhas foram ouvidas nessa quarta-feira (27) pelo juiz Emerson Marques Santos, na Vara Infracional da Infância e da Juventude de Belo Horizonte, no processo que envolve a adolescente de 17 anos acusada de matar a avó e ocultar o corpo dentro da casa onde as duas viviam, em um condomínio no Bairro Santa Amélia, na região da Pampulha.
O processo tramita em segredo de justiça. Em mais de uma hora de oitiva, testemunhas revelaram a boa relação existente entre as duas. A jovem continua acautelada provisoriamente, desde 6 de março, no Centro Socioeducativo Feminino São Jerônimo.
O magistrado determinou a avaliação psiquiátrica da adolescente, com apresentação do relatório em até 48 horas. O laudo de necropsia também deve ser juntado ao processo e, depois, a defesa e o Ministério Público terão prazo para se manifestarem por meio das alegações finais. Logo após, a Justiça vai decidir o futuro da adolescente.
Em audiência realizada no Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional (CIA-BH), em 13 de março, a jovem já havia admitido ter matado a avó a facadas. Ela pode ter cometido ato infracional análogo aos crimes tipificados nos art. 121 e 211 do Código Penal. O processo de apuração de ato infracional não é um processo criminal. Ele não visa a punição pelo Estado, mas a possível aplicação de medidas socioeducativas para realinhar o adolescente aos parâmetros éticos da sociedade.
Segundo o Ministério Público, a adolescente matou a avó após uma discussão entre as duas. O crime ocorreu em janeiro deste ano, mas o corpo só foi descoberto pela Polícia Militar no início deste mês. Ele estava enrolado em lençóis dentro de um cômodo da casa. A jovem, ainda de acordo com o MP, encobriu o quarto com uma lona na tentativa de reduzir a passagem de odor por causa da decomposição do corpo.