O advogado Mário Alves de Oliveira, 67, ficou cego na infância e, aos 12 anos, já não via nada. Foram dois acidentes de brincadeiras quando criança que perfuraram as vistas. Ele passou a vida tentando se adaptar, estudou, se formou, se casou, teve filhos e sempre lutou pela inclusão dos deficientes visuais. Agora, Oliveira desenvolveu um modelo de cubaritmo, aparelho para o aprendizado de matemática para cegos, e acredita que vai melhorar o desempenho das crianças mineiras.

O equipamento é usado desde a sua infância, mas apresentava algumas falhas e dificuldades. “O cubaritmo é uma espécie de tabuleiro, com buraquinhos onde se encaixam cubinhos. É com esses cubinhos que fazemos as contas. Mas são muito pequenos, e, às vezes, viram. Isso pode estragar toda a conta”.

Para sanar o problema, ele aumentou o tamanho dos cubos e, em vez da identificação em braile, fez em baixo relevo, como um dominó, o que deixa o aparelho mais firme.

“O Ministério da Educação distribui nas escolas um outro aparelho, o soroban, mas é muito complexo para crianças. Minha ideia é lançar esse modelo para alunos do ensino fundamental”, conta.

Ele já tem um protótipo e aguarda financiamento para o desenvolvimento e produção. A ideia é distribuir gratuitamente para a Secretaria de Estado de Educação. Segundo a SEE, no ensino médio da rede estadual estão matriculados 1.356 alunos com algum tipo de deficiência visual. A pasta informou não ter conhecimento do projeto.