A prefeitura de Belo Horizonte vai ampliar o horário de funcionamento de nove centros de saúde na capital das 7h às 22h, informou o Executivo nesta terça-feira (28). A medida visa combater o aumento repentino de pessoas com sintomas respiratórios que lotaram as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) na cidade na última semana.
As multidões que ocupam as instituições chegaram a causar brigas no último sábado entre um paciente e a Guarda Municipal, e várias das pessoas que estavam nas filas esperam por horas para atendimento.
A expectativa é de que, até o próximo dia 30, gradualmente, os centros, que serão um em cada uma das regionais, comecem a funcionar no novo horário. Hoje, as instituições funcionam, em geral, até 19h ou, em alguns casos, até 17h.
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Diretora de Assistência à Saúde de Belo Horizonte, Renata Mascarenhas afirmou a O TEMPO que houve cerca de 30% de aumento no fluxo de pessoas com sintomas respiratórios nas unidades de saúde entre a semana passada e esta. A alta ocorre ante um aumento anterior, registrado entre 2020 e 2021, de 46% nos atendimentos. Isso tem criado um gargalo na atenção primária.
“Uma unidade por regional aberta de 7h às 22h no menor tempo possível, é o objetivo. Acionamos todas as diretorias regionais, e vamos abrir de forma gradativa. A expectativa é de que [o novo horário] comece no dia 30. Essa data depende da contratação de profissionais, da disponibilidade, mas organizamos toda a estratégia”, explica.
A depender do fluxo registrado nas próximas semanas, ressalta Renata, a prefeitura pode determinar que os centros de saúde funcionem 24h. Contudo, por ora, não se deve adotar a medida.
Questionada se há relação entre o aumento de usuários do sistema de saúde nas UPAs e a transmissibilidade do coronavírus em Belo Horizonte – que saltou para RT 1,10, ante RT 1,04 – a diretora afirma que a positividade dos testes tem sido baixa.
“Estamos fazendo testes rápidos de todas as pessoas com sintomas respiratórios. A positividade de teste rápido é muito pequena. As que dão negativo fazemos RT-PCR. Transmissão maior da gripe. É uma doença respiratória. As medidas de prevenção, uso da máscara etc. são muito importantes”, conclui.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que, em 2021, até esse domingo (26), cerca de 399 mil atendimentos de pessoas devido a doenças respiratórias ocorreram. E 2020, o número foi de 273 mil.
“Nos dados estão incluídos os diagnósticos referentes a gripes causadas por influenza e com outras manifestações respiratórias por vírus identificado e não identificado, além de pneumonias virais, infecções agudas não especificadas das vias aéreas inferiores, entre outros”, explica a pasta.
“É importante esclarecer ainda que os usuários com sintomas gripais, atendidos nos Centros de Saúde e nas UPAs, fazem teste rápido de antígeno para Covid-19 na própria unidade, o que auxilia no diagnóstico diferencial. Em 2021, até 26 de dezembro, 7 pessoas necessitaram de internação devido à H3N2 e não houve óbito. Em 2020, durante todo o ano, foram 34 casos de H3N2 que necessitaram de internação e 4 óbitos”, acrescenta o texto.