Inaugurado com objetivo de evitar acidentes em um trecho reconhecido como perigoso, a área de escape do Anel Rodoviário, localizada no km 541, próximo ao acesso ao bairro Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte, não foi testado. De acordo com o superintendente da Superintendência de Mobilidade do Município de Belo Horizonte (SUMOBH), André Dantas, os testes não foram necessários, uma vez que o estudo contemplou infraestruturas de modelos similares, além de analisar o perfil dos modelos que trafegam pelo trecho e as características da rodovia.
"Nós consideramos todos os fatores, fazemos as previsões e adotamos isso na prática", disse. Para o superintendente, "obras dessa magnitude são testadas na prática", diz Dantas.
A infraestrutura, que entrou em operação no último domingo (31), engloba um trecho de quase 400 metros. De acordo com a SUMOB, os 280 metros iniciais são em pavimento flexível e parte em pavimento rígido, com largura máxima de 8,5 metros. Nos 93,5 metros intermediários está instalada uma caixa com argila expandida com largura de 5 metros e com uma faixa de 3,5 metros de pavimento flexível ao lado esquerdo. Os 25 metros finais são em pavimento flexível para auxiliar na retirada de veículos e manutenção da cinastina.
O projeto foi desenvolvido pela BHTrans e a execução ficou a cargo da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap). As obras tiveram início em outubro de 2021 e foram entregues em julho deste ano, com um mês de atraso. De acordo com a Prefeitura, a área de escape, que é a primeira feita com recurso público no país, e tem o objetivo de reduzir a velocidade dos veículos que trafegam na via, funciona como um dispositivo de segurança, a fim de evitar acidentes e mortes. "Se salvar uma vida, nós já estamos satisfeitos", disse o superintendente de Desenvolvimento da capital, Henrique Castilho.
Somente neste ano, de janeiro a junho, foram registrados 271 acidentes com nove mortes em todo o Anel Rodoviário. A média é de um acidente por dia. Quem utiliza a rodovia, questiona o local escolhido para a instalação da área de escape. Conforme mostrou a reportagem do O Tempo, motoristas e caminhoneiros apontaram que o lugar não é o mais inseguro e que o local mais adequado seria próximo ao trevo do Betânia.
Para o superintendente de SUMOBH, André Dantas, a escolha do km 541 considerou a área disponível, o ângulo de aproximação em relação a curva e o trecho onde ocorrem mais retenções." Quando uma intervenção dessa magnitude acontece, não podemos nos pautar pela percepção de um leigo. São estudos feitos para determinação deste local. Essa é a intervenção mais crítica que poderia ser feita", disse.
Para Dantas, a Prefeitura está ofertando uma infraestrutura como alternativa para minimizar o risco de acidentes, mas espera que os condutores respeitem os limites de velocidade e usem veículos em condições adequadas. "Se nós tivermos o entendimento do condutor para usar a infraestrutura oferecida e o veículo em boas condições, o acidente é evitado", justificou.
O vereador Irlan Melo (Patriotas), que em 2017 defendeu a instalação da área de escape no Anel Rodoviário, acredita que tecnicamente o local escolhido é o ideal, mas que existe um projeto para a instalação de mais outras duas áreas de escape. No entanto, as obras não tem previsão para início. "É melhor ter um local do que nenhum. Se mais pra frente for necessário em outros locais, vamos tentar", disse. A Prefeitura informou que, até o momento, não possui projetos para a instalação de outras áreas de escape no Anel Rodoviário.
Fiscalização
A fiscalização dos veículos será feita por meio de câmeras instaladas no trecho. As imagens serão acompanhadas no Centro Integrado de Operações de Belo Horizonte (COP-BH).Caso ocorra algum acidente, será acionado um plano de ação que será executado pela BHTrans, pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) e pela Via 040, concessionária que administra o trecho, em atividades de fiscalização, autorizações e aprovações.