Em tempos pré-pandemia, ruas e comércios lotados às vésperas do Dia das Mães eram registros frequentes. Mas, com a necessidade do isolamento social para conter os casos de coronavírus, cujo pico está previsto para o próximo mês em Belo Horizonte, isso já não é mais realidade em 2020 – pelo menos não deveria. Na região do Barreiro, a população preferiu desrespeitar todas as recomendações e sair às compras nesta sexta-feira.
Mesmo com a proibição pelo decreto, a reportagem ainda registrou muitos flagrantes de lojas abertas no entorno da rua Barão de Coromandel. Para driblar a fiscalização, comerciantes funcionavam com parte das portas abertas para atender aos clientes. E foi possível encontrar diversas variedades de estabelecimentos, desde calçados e roupas até relojoarias, inclusive com liquidações. O resultado: as calçadas cheias, aglomerações nos pontos de ônibus e até pessoas sem máscara – o equipamento de proteção se tornou obrigatório no fim de abril.
E a tudo isso, ainda se juntou as filas formadas nos bancos para o recebimento do auxílio emergencial do governo federal. Já na principal avenida comercial da região, a Afonso Vaz de Melo, onde a fiscalização da Guarda Municipal é maior, todos os estabelecimentos seguiam fechados para cumprir as determinações da prefeitura.
Em nota, a corporação informou que todo o efetivo, de mais de dois mil agentes divididos em turnos, está nas ruas da capital mineira diariamente desde a segunda quinzena de março. Conforme a Guarda Municipal, as abordagens "acontecem acontecem durante patrulhas preventivas rotineiras, feitas espontaneamente por toda a cidade, ou com base em denúncias recebidas pelos canais disponibilizados pela Prefeitura de Belo Horizonte à população, que são o telefone 156 ou o Fale com a Ouvidoria".
Desde o início da pandemia, já ocorreram 19.744 abordagens de orientação a estabelecimentos comerciais, empresas e a populares em espaços públicos da capita, com o recolhimento de 39 alvarás de funcionamento.
Flexibilização depende da população
Após anunciar a flexibilização gradual das medidas de isolamento social a partir do dia 25 de maio, com abertura de parte dos comércios não essenciais, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) voltou a repetir nessa semana que a data depende exclusivamente da população belohorizontina.
E caso as pessoas saiam de casa e descumprem as orientações, o prefeito alegou que o afrouxamento das regras pode ficar para o fim de junho. “Isso foi dito pelos cientistas médicos, se o pessoal não ficar em casa e esse quadro aumentar [o número de casos], pode ir para o final de junho", declarou na ocasião.