Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte, continua a ser a única cidade com mais de 100 mil habitantes sem casos confirmados de Covid-19 no Brasil. A prefeita do município, Ilce Rocha (PSDB), lista que a cidade de 130 mil habitantes conta com 49 leitos para atendimento de baixa a média complexidade e sete respiradores, mas reforça que Belo Horizonte segue como a referência para cidades ao redor.

“Os municípios mineiros se prepararam para casos de baixa e média complexidade, mas BH é o apoio que os municípios têm para UTIs e CTIs”, explicou, em entrevista à rádio Super 91,7 FM nesta sexta-feira (8).

“O dinheiro repassado pelo Governo Federal e pelo Estadual não dá nem para os EPIs. O gasto é exorbitante: as máscaras e os aventais são trocados o tempo todo e as máscaras, que custavam um preço irrisório, hoje ultrapassam os R$ 30, R$ 40”, apontou. 

Ela também afirmou que medidas restritivas adotadas no comércio, nas escolas e nos órgãos públicos contribuíram para o município não registrar casos de infecção por coronavírus — o comércio foi fechado no dia 20 de março e reabriu, com restrições, no dia 11 de abril.

Hoje, a prefeita considera que a maior dificuldade é lidar com o transporte público: “É o grande gargalo que temos. Temos estações do Move, que recebe vários municípios. As pessoas chegam, não há ônibus o suficiente e as pessoas ficam aglomeradas, mesmo com fiscalização”.

Questionada se há algo em comum no sucesso contra a pandemia em governos liderados por mulheres, como a chanceler alemã, Angela Merkel, e a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Arden, Rocha elaborou: “A mulher é sempre mais detalhista, tem esse sentimento materno e mais facilidade para cuidar de muitas coisas ao mesmo tempo”.