No início da tarde deste sábado (11), as ruas de Belo Horizonte apresentavam movimento significativo em diversos pontos comerciais, principalmente nas regiões central e noroeste. Na capital, foi possível observar que alguns estabelecimentos não essenciais seguiam funcionando apesar da determinação proferida pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJD-MG), que decidiu pelo fechamento desse tipo de comércio em municípios que não tenham atingido as metas determinadas pelo Minas Consciente, plano de reabertura elaborado pelo governo mineiro.

Como noticiado por O TEMPO, a determinação se deu por meio de uma liminar após pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Um total de 679 das 853 cidades do Estado foram afetadas. Outros 105 municípios já não tinham atingido os pré-requisitos apontados pelo plano.

Em Belo Horizonte, desde o dia 29 de junho, apenas comércios essenciais estão autorizados a funcionar. A data marcou o retorno da capital à fase zero do processo de reabertura econômica. A decisão havia sido comunicada pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) em coletiva de imprensa no dia 26 e se deu em razão do aumento do números de casos, mortes e internações.

Uso incorreto de máscaras, lojas com portas semiabertas e filas

Embora seja notável que a maioria dos belo-horizontinos tenha aderido ao uso de máscara, sendo raro encontrar pessoas sem o equipamento nas ruas de BH, é igualmente sensível o grande número de transeuntes que usam o acessório de maneira inadequada - como a reportagem pôde observar em todas as vias percorridas na tarde deste sábado. 

Além disso, não foi difícil encontrar comércios não essenciais que funcionavam com a porta semiaberta. No bairro Barro Preto, considerado polo da moda belo-horizontina, por exemplo, lojas especializadas em vestuário e em tecido funcionavam nesse esquema. A atendente de uma delas, que preferiu não se identificar, disse que o local estava operando apenas como ponto de coleta.

"Os clientes compram pelas redes sociais e, alguns, preferem buscar aqui. Não deixamos entrar, só entregamos as mercadorias", explicou, lamentando que o faturamento tenha "caído muito" e que as medidas necessárias ao enfrentamento da pandemia tenham prejudicado a dinâmica de trabalho.

Filas foram observadas em diversos estabelecimentos. No Mercado Central, por exemplo, dezenas de pessoas aguardavam do lado de fora - já que o local atende com lotação máxima permitida. A maioria dos frequentadores respeitava as orientações de distanciamento social e usava máscara corretamente.

Em ruas do centro, na avenida Abílio Machado e na rua Padre Eustáquio, ambas na região Noroeste, eram principalmente os açougues a concentrar um maior número de clientes - que, na maioria, tomavam os cuidados recomendados por autoridades de saúde.

Uma das regiões que reiteradas vezes vinha registrando a abertura irregular de negócios não essenciais, com ocorrências desde abril, a avenida Abílio Machado seguiu movimentada neste sábado. Todavia, desta vez, apenas lojas autorizadas estavam abertas. No local, a reportagem observou a presença de agentes da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte. A instituição já havia confirmado a O TEMPO, ainda em maio, que, em razão do histórico de desrespeito aos decretos municipais, a região vinha demandando atenção especial das autoridades.