Considerado um dos principais espaços culturais do Estado de Minas Gerais, o Palácio das Artes será patrocinado pela Cemig. A empresa energética vai batizar o Grande Teatro. 

A parceria, que prevê um investimento de R$ 5 milhões, acontece justamente um dia após uma pane em um transformador fazer com que espetáculos fossem cancelados na instituição. Incidente pode ter relação com problema estrutural.

O susto da pane no transformador do Palácio das Artes nessa quarta-feira (27) fez com que muitos recordassem o terror do incêndio que destruiu o Grande Teatro em 1997. Local ficou fechado por mais de um ano para que fosse recuperado. De acordo com a Fundação, a estratégia é viabilizar melhorias e obras de manutenção adequadas ao Palácio, além de colocar em prática projetos que não seriam possíveis com a atual verba orçamentária da instituição.

Atualmente, a fundação conta com investimentos do governo do Estado e de outros parceiros privados. O orçamento anual é de R$ 39 milhões, somando investimentos públicos e receita gerada pela bilheteria dos espetáculos. De acordo com a Fundação, verba é suficiente para manter o Palácio, mas não permite novos investimentos culturais e estruturais no local. 

Os R$ 5 milhões investidos pela Cemig serão distribuídos ao longo de dois anos. Segundo a presidente da Fundação Clóvis Salgado, Eliane Parreiras, é possível que incidente que fez com que o espaço fosse evacuado nessa quarta-feira tenha sido oriundo de algum problema estrutural, mas não é possível afirmar. “Os recursos privados são importantes para compor esse orçamento geral e ampliar a pluralidade de programação.  Estamos enfrentando os problemas que nós encontramos. Certamente alguns problemas surgem fruto de problemas de manutenção, mas não há como afirmar, nesse caso em específico de ontem. O que hoje a gente tem é um diagnóstico em que a gente está enfrentando aquilo que é problema e estamos, também, com um plano estruturado de manutenção, para que não aconteça novamente”, afirmou.

Ainda de acordo com a presidente, evacuação foi preventiva. “O que a gente teve foi uma pequena pane no transformador que atende ao ar condicionado. Não tivemos incêndio. Foi só um aquecimento efetivo desse equipamento e, por isso, um desarmamento. Como não tínhamos uma previsão para retorno da energia e para uma segurança, uma ação preventiva, nós retiramos as pessoas que estavam nos espaços e todos esses espetáculos vão ser ofertados novamente”, disse. Os espectadores do concerto Música de Cinema terão a opção de reembolso do valor integral do ingresso ou poderão assistir ao mesmo espetáculo no dia 17 de dezembro, às 20h30.

O secretário de Estado de Cultura e Turismo, Marcelo Matte, afirmou que novo patrocínio será crucial para que o espaço seja mantido em boas condições. “Vai ser muito importante para a preservação desse equipamento cultural, com todas as dificuldades que ele tem. Nós nos encontramos em uma situação muito difícil e preocupante aqui, com ar condicionado pifado, centrais elétricas pifadas, problemas estruturais no palco, enfim, nós herdamos uma estrutura com muitas dificuldades e baixo orçamento. Ontem à noite tivemos um incidente muito preocupante e isso nos preocupa”, afirmou.

Verba, de acordo com a Cemig, também ajudará no intercâmbio do interior com a capital por meio da Fundação. “Vai jogar luz sobre a cultura mineira. Tem um projeto muito interessante de diversificar e levar a cultura para o interior, atendendo a esse grande universo dos clientes da companhia. A gente sabe que o interior, muitas vezes, não tem acesso à cultura e os recursos estão geralmente concentrados na região metropolitana e nas cidades históricas, sobretudo Ouro Preto e Tiradentes”, afirmou Marco Antônio Lage, diretor de Comunicação e Sustentabilidade da Cemig.

De acordo com a Fundação, editais devem ser abertos no início do ano que vem para que companhias do interior do Estado tenham a oportunidade de se apresentarem no Palácio das Artes.