Com as baixas temperaturas registradas na capital mineira, pessoas em situação de rua vivem, ainda mais, em circunstâncias precárias. A fragilidade dessa população foi constatada pela reportagem de O Tempo, que transitou pelas ruas do Centro de Belo Horizonte e ouviu histórias de luta e sobrevivência neste domingo (4).  

Muitos têm somente marquises de lojas como esconderijo, o que não é o suficiente para lutar contra o frio. "A marquise ajuda o frio não bater com tanta força, mas, mesmo assim, passo muito frio", disse a mulher trans Rubi de Paula Almeida, de 22 anos, que sobrevive de doações. Ela vive em uma marquise na região Centro-Sul. 

Rubi encontrou na rua a única saída para ser quem realmente é. "Tive que morar na rua porque minha família não me aceitava como transexual. Há quatro anos, vivo com mais sete pessoas que conheci e passo fome. Agora, principalmente frio. As madrugadas estão geladas", frisou a mulher.  

Nick divide a mesma marquise com Rubi e contou que precisam de ajuda emergencialmente. "Nós temos pressa. Sentimos frio e fome agora. Moro na rua há oito anos, não porque quero, mas pelas circunstâncias da vida que me trouxeram até aqui. Só precisamos de mais ajuda e menos olhares que julgam", desabafou.  

Oportunidade 

O controlador de acesso, Diene Martins Teixeira Soares, de 33 anos, escolheu a porta da Igreja de São José, na região Centro-Sul, para se abrigar. O cobertor que usa para se proteger do frio, contudo, não é a busca principal dele, mas a chance de ter um trabalho estável. 

"Vim de São Paulo para tentar uma vida melhor, mas me deparei com a falta de oportunidade. Há dois anos moro na rua. O que eu mais quero nessa vida é um emprego fixo, pra eu comprar a minha própria coberta", narra.  

Como ajudar 

Para ajudar Rubi e o grupo com quem ela divide a marquise, basta ligar para Duda (31) 99278-6552. Diene também pode receber auxílio, mas, como não tem telefone, pode-se procurá-lo nas proximidades da Igreja São José. 

 

Algumas ações da PBH para a população em situação de rua no período de frio: 

Distribuição quando necessário, por meio do Projeto Emergencial Canto da Rua executado em parceria com a Pastoral do Povo da Rua, de vestuário de inverno para proteção individual dos usuários;  

Adiantamento do horário de entrada nas Unidades de Acolhimento em Pernoite (Abrigo São Paulo e Albergue Tia Branca),  

 Ampliação, se necessário, de 20 vagas emergenciais na Unidade Abrigo São Paulo, para o acolhimento nos dias de temperaturas mais baixas. 

 Distribuição de cobertores pelo Serviço Especializado de Abordagem Social para os usuários que assim demandarem.  “Atualmente a Prefeitura conta com um estoque de mais de 700 cobertores para imediata distribuição. - Monitoramento periódico junto à Defesa Civil das temperaturas previstas e emissão de alertas aos serviços de atendimento para população em situação de rua; “, concluiu a nota.  

 Arquidiocese de Belo Horizonte

A Arquidiocese de Belo Horizonte realiza durante todo o ano campanhas com o intuito de auxiliar aqueles que precisam de acolhimento. Para realizar qualquer tipo de doação basta ligar : (31) 31 3319-6111 ou (31) 3269-3100