"Conversei com meu filho e falei que se ele ouvir algum barulho, vir alguma coisa estranha, ele tem que correr e tentar se salvar, se trancar em algum lugar ou até pular o muro da escola, se for preciso", conta o vigia Igor Antônio da Silva, 36 anos, sobre as orientações dadas por ele ao filho, de apenas 11 anos. A preocupação do pai vem aumentando desde que escolas de Igarapé, na região metropolitana de Belo Horizonte, se tornaram alvo de ameaças para um suposto massacre.
"Se eu pudesse, tivesse condições, colocaria ele numa escola particular, mas nem nessas ele ficaria seguro, né", afirma o homem ao deixar o filho na porta da Escola Estadual Joaquim José Pereira no início da tarde desta segunda-feira (10 de abril).
A sensação de medo é compartilhada por funcionários da instituição. A auxiliar de serviços gerais, Maria Elizabet da Silva conta que fica insegura em trabalhar nessas condições. "Poderia ter mais segurança, a gente fica aqui na porta, dá medo de abrir o portão. Aquele sistema de detector de metais seria o ideal", sugere.
Para dar mais segurança à comunidade, além de um reforço no efetivo da Polícia Militar de Minas Gerais, que acompanhou a entrada dos alunos às instituições de ensino, a Defesa Civil do município também tem auxiliado no trabalho.
"A Defesa Civil está contribuindo as forças de segurança, monitoramento entrada e saída dos alunos, bem como dialogando com os professores, tudo isso para dar segurança à comunidade", disse o Marcionilio Gonçalves, coordenador da Defesa Civil Municipal de Igarapé.