Crime

Condenado à prisão perpétua homem que matou mineira a facadas na Inglaterra

Godinho esfaqueou a ex no dia 8 de fevereiro deste ano, no momento em que a mulher iria buscar três, dos quatros filhos do casal em uma escola primária

Por Da redação
Publicado em 19 de julho de 2019 | 21:26
 
 
 
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O empresário belo-horizontino Ricardo Godinho, 41, acusado de ter atacado a facadas e matado a ex-mulher dele, a também belo-horizontina Aliny Mendes, 39, em Surrey, na Inglaterra, foi condenado à prisão perpétua. O homem só pode recorrer da decisão depois de ter cumprido, minimamente, 27 anos de reclusão. A informação foi divulgada pelo site de notícias BBC nessa quinta-feira (18).

Godinho esfaqueou a ex no dia 8 de fevereiro deste ano, no momento em que a mulher iria buscar três, dos quatros filhos do casal em uma escola primária. 

Durante o julgamento, a juíza falou: "Você deixou sua filha vendo sua mãe morrer". O homem se defendeu, dizendo que estava “cego de raiva” quando ele a atacou. Godinho admitiu o homicídio culposo - sem a intenção de matar -, mas negou que tivesse agido premeditadamente. 

Relembre

Testemunhas contaram ao jornal britânico "The Sun" que Aliny estava caminhando com a filha de três anos - a mais nova do casal - no colo quando um carro ocupado por dois homens parou no local. Um deles era Ricardo Godinho, que a perseguiu.

Godinho foi detido no mesmo dia e foi acusado pelo crime. O outro homem é um funcionário dele, que estaria apenas dirigindo o carro e não sabia que Godinho iria cometer o crime. O funcionário também chegou a ser detido, mas foi liberado pelas autoridades britânicas. 

Aliny tinha quatro filhos - três meninos, de 12, 8 e 5 anos, e a menina que estava com ela no momento do crime. 

Ameaças

A empresária Karina Silviano, de 39 anos, moradora de Belo Horizonte, conta que foi casada por sete anos com Godinho e que sofreu ameaças dele durante o relacionamento. Eles tiveram um filho, hoje com 21 anos.

Karina e Aliny ficaram amigas e, inclusive, é a empresária que ajudou a família num financiamento coletivo para arcar com os custos de trazer as crianças e o corpo para o Brasil.

"Ela era uma pessoa maravilhosa, tanto na vida dele como nas nossas vidas", conta.

Ela relata que Ricardo conheceu Aliny logo após o fim do primeiro casamento. "Nos separamos, e eles se conheceram", conta.

Karina conta que mesmo com as ameaças, depois a situação foi superada e ela voltou a ser amiga de Godinho e, principalmente, de Aliny.

"Eu não sabia que ele a ameaçava. Eles pareciam uma família perfeita. Só no fim do relacionamento é que ela me contou sobre o comportamento dele", diz Karina.

Casal

Godinho é dono de uma empresa que faz serviços de repação de residências na Inglaterra. Aliny era dona de casa e se dedicava aos filhos em tempo integral.

Segundo a amiga, Godinho e Aliny se mudaram pela primeira vez para a Inglaterra há cerca de 13 anos, quando tiveram o primeiro filho. Eles chegaram a voltar ao Brasil, onde tiveram os dois filhos do meio. Há cerca de cinco anos, o casal tinha voltado para a Inglaterra, onde nasceu a filha caçula.

De acordo com a amiga, foi Godinho quem pediu a separação, há cerca de um ano. Aliny aceitou, mas mesmo assim o casal continuou vivendo na mesma casa. Ela conta que as brigas começaram há cerca de seis meses.

Medida protetiva

A situação piorou, e Aliny, então, saiu de casa e denunciou Ricardo à polícia. Segundo a amiga, a vítima estava morando com os filhos em um apartamento cedido pelo governo britânico. "Ela conseguiu uma medida protetiva e ele não podia ter acesso às crianças". Karina conta ainda que Godinho fazia uso de drogas e isso pode ter instigado seu lado agressivo. (Com Luiz Fernando Mota)

 

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