A pandemia do coronavírus e a decisão do Prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), em fechar várias modalidades de estabelecimentos para conter o avanço da doença, já afeta a saúde das empresas da capital, que se veem diante de uma queda do volume de vendas.

De acordo com um mapeamento realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), os setores mais impactados são a alimentação fora do lar, construção civil, moda e varejo tradicional. Segmentos de serviços educacionais, logística, transporte e tecnologia também estão com o alerta ligado.

Segundo o superintendente da unidade Minas Gerais do Sebrae, Afonso Rocha, os pequenos negócios precisam se planejar para minimizar os efeitos de uma crise que ainda não tem data para terminar.

“O maior desafio neste momento é falar de planejamento e, obviamente, qualquer tipo de planejamento requer traçar cenários. E você traçar cenário em um momento de tamanha instabilidade e incerteza é um negócio complicado”, avalia.

Para o especialista, a restrição de pessoas na rua é um dos maiores desafios para os lojistas, principalmente o segmento de alimentação fora do lar e varejo tradicional.

"O cliente está com medo de sair de casa e, com isso, não está indo a loja. Então, mesmo que (o empresário) mantenha a loja a aberta, não vai ter a frequência necessária para consumir", explica Rocha. 

De acordo com Rocha, o empresário tem que ter em mente neste momento de crise é a manutenção do negócio e não objetivar o lucro.

"Não é o momento de se falar em lucro. O empresário agora tem que pensar muito na sobrevivência do negócio. É difícil falar para as pessoas nessas horas, mas tem que manter a calma e ser racional. Tudo passa. Então, se tudo passa, essa crise também vai passar", orienta.

Pensando em como ajudar o pequeno empresário a sobreviver a esse período de recessão econômica ocasionada pela pandemia de coronavírus, a reportagem de O Tempo pediu ao superintendente do Sebrae para elaborar cinco dicas aos donos de negócios da capital. Confira abaixo:

Usar as mídias sociais

A primeira dica que a gente tem procurado dar é dentro da linha da chamada transformação digital, que é as pessoas estarem atentas ao uso das mídias sociais. Toda empresa hoje tem que se preocupar em criar seus perfis nas mídias sociais, principalmente, no Instagram e no Facebook. É uma boa maneira de você continuar divulgando a sua empresa e divulgando os seus produtos.

Vender online

Se a empresa não conta com ferramentas de venda online, esse é o momento de tomar essa atitude. Avalie qual das diferentes plataformas disponíveis no mercado mais se adequa às suas necessidades.

Avaliar os custos

No dia a dia da empresa, é importante ter os custos muito bem apurados e apontados para conseguir precificar, para definir a margem de lucro e saber onde pode de fato cortar. 

Negociar com os fornecedores

Muitas empresas estão com dívidas com fornecedores e também os fornecedores estão preocupados em receber, então há um espaço importante para renegociar essas dívidas.

Preservar as equipes

A questão da demissão pode ser uma alternativa, mas ela não pode ser adotada como uma saída no primeiro momento porque essa crise vai passar e vocês vão precisar desses funcionários treinados para a retomada do seu negócio.

Confira abaixo um vídeo resumido do superintendente Sebrae Minas, Afonso Rocha, com as dicas: