‘Lockdown’

Coronavírus: Divinópolis pode impor toque de recolher se casos aumentarem

Cidade no Centro-Oeste foi o primeiro município de Minas a registrar caso de Covid-19

Por Paula Coura
Publicado em 09 de abril de 2020 | 13:19
 
 
 
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Após confirmar a primeira morte por coronavírus, Divinópolis, na região Centro-Oeste de Minas, pode ter fechamento total da cidade se o número de casos de Covid-19 aumentar, o que causaria um colapso no sistema de saúde. A possibilidade foi aventada por autoridades do município, durante coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (9).

“Vamos ser obrigados a definir o ‘lockdown’, mas isso se os nossos leitos estiverem lotados. Serviços essenciais vão ser fechados, e pode acontecer até toque de recolher, como fez a Europa. É um isolamento geral, e não queremos que isso aconteça”, explicou a diretora da Vigilância em Saúde de Divinópolis, Janice Soares. 

O secretário de Saúde, Amarildo de Sousa, frisou que hoje a cidade não tem superlotação de leitos. Na cidade, dez pessoas estão internadas em leitos clínicos, e cinco, em CTI. Dois óbitos registrados em Divinópolis hoje (um de uma mulher, de 46 anos, e outro de uma paciente vinda de Nova Serrana, de 82 anos) provavelmente estariam em CTI, que recebe os casos em estado mais crítico. 

Segundo o último boletim divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) de Divinópolis, há 859 casos suspeitos do novo coronavírus (Covid-19) na cidade. Destes, 88 foram descartados. O número de infectados totaliza 19 pessoas.

Na semana passada, comerciantes de Divinópolis chegaram a pedir pela flexibilização do decreto que determina fechamento de estabelecimentos considerados não essenciais. O próprio governador Romeu Zema já estuda flexibilizar as medidas de isolamento em 200 cidades de Minas. O movimento pelo afrouxamento da quarentena já tem acontecido em diversas cidades do país. 

Contrário a essa flexibilização, o secretário de Saúde, Amarildo de Sousa, pediu que os municípios próximos de Divinópolis, como Carmo do Cajuru, Cláudio e Carmo da Mata, não permitam a abertura do comércio nem adotem medidas para afrouxar o isolamento social, o que poderia sobrecarregar o sistema de saúde do município.

“Que as cidades vizinhas não cometam a inconsequência de liberar os comércios, isso vai quebrar o isolamento social, e, para Divinópolis, como cidade polo, causa complicações no sistema de saúde. Se essas cidades não agirem com uma ação coordenada de redução do fluxo de contaminação do vírus através do isolamento social, nós não vamos conseguir dar o suporte”, afirmou.

Primeiro óbito

Nesta quinta-feira, a Secretaria de Saúde de Divinópolis confirmou a morte de uma médica de 46 anos. Ela pode ser a primeira profissional de saúde que perdeu a vida em Minas em decorrência da doença. A informação, porém, não pode ser confirmada. Isso porque a Secretaria de Saúde do Estado (SES) afirmou que, possivelmente, o óbito da mulher não estaria catalogado no último balanço divulgado hoje. Além disso, o órgão também não divulga dados relativos de pacientes que perderam a vida em decorrência da doença, como profissão, por exemplo. Em todo o Estado, 15 pessoas já faleceram em decorrência do coronavírus.

Segundo o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), em todo o país, foram notificados 19 profissionais que morreram por coronavírus. Nenhum óbito foi registrado em Minas. O Conselho Regional de Medicina (CRM-MG) não tem uma contabilidade sobre o registro de profissionais afastados ou que perderam a vida pela Covid-19.

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