O primeiro dia de fechamento de comércios, bares e shoppings em Belo Horizonte devido à pandemia de coronavírus já deixou os ônibus municipais vazios. Conforme a BHTrans, o número de coletivos que circulam na cidade teve uma redução de 5%. Mesmo com a pequena restrição, alguns funcionários de setores que não foram afetados pela medida tiveram problemas durante a manhã.
Nos pontos e estações da avenida Cristiano Machado, na altura do bairro Silveira, região Nordeste da capital, poucos passageiros e muitos assentos vazios nos ônibus. Thaís Abreu, de 21 anos, trabalha em um supermercado no bairro Colégio Batista, região Leste de BH, e contou que teve dificuldades para chegar ao trabalho. "O ônibus estava um pouco mais vazio, mas por causa do horário de férias, foi bastante burocrático. Reduziram o número de coletivos da Estação São Gabriel sem aviso prévio", reclama.
No centro, a situação não era diferente. Os veículos que normalmente chegam lotados às principais avenidas da região estavam bem mais vazios nesta sexta atípica. Antes das 9h, o movimento era de fim de semana. Mais tarde, uma quantidade maior de pessoas andava pelas ruas, mas os coletivos continuavam chegando e saindo dos pontos com poucos passageiros.
Já Ena Lúcia, auxiliar de serviços gerais, contou que foi bem mais tranquilo chegar ao local de trabalho. "O ônibus estava bem vazio, todos sentados e o trânsito para chegar também foi muito tranquilo", disse.
BHTrans acompanha a situação
A implantação das medidas contra o coronavírus e o impacto no transporte público da capital é acompanhada por técnicos da BHTrans. Segundo a empresa, novas ações podem ser implantadas nos coletivos para atender a demanda de funcionários que atuam nos hospitais, supermercados e farmácias.
Ainda não foi definida como será a circulação dos veículos entre domingo e segunda-feira.
Na região metropolitana
Nessa quinta (19), o governador Romeu Zema (Novo) determinou que ônibus intermunicipais e outros veículos de passageiros devem circular pelo estado com 50% da lotação para evitar aglomerações. O decreto, que ainda determina a abertura de todas as janelas para circulação de ar nos coletivos, também afeta os coletivos metropolitanos.
De acordo com o Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, o cumprimento da medida será fiscalizado pelo Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) e as forças de segurança. "A colaboração do usuário é fundamental, não entrando ou insistindo em entrar em veículos que já estejam com a lotação estipulada", recomenda a pasta em nota.
O texto não prevê a aplicação de multas para as empresas que descumprirem a norma.
Atualizada às 13h58